São Paulo, domingo, 11 de julho de 2010

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ANÁLISE

Indústria química entra na fase de "aprender com rapidez"

JOÃO LUIZ ZUÑEDA
ESPECIAL PARA A FOLHA

Estimativas sugerem que a camada do pré-sal brasileiro possa gerar mais de 100 bilhões de barris de óleo equivalente em reservas e possa alavancar uma riqueza de US$ 10 trilhões.
A indústria do petróleo é a base da indústria química no mundo e foi a chave para o desenvolvimento industrial ao longo do século 20: DuPont e Dow Chemical nos EUA, Basf e Bayer na Alemanha, Rhodia na França. No século 21, o Brasil sai na frente. O país é líder em exploração e produção de petróleo em águas profundas. É referência mundial no desenvolvimento de tecnologia "offshore".
Em valor de mercado, a Petrobras já ultrapassou ícones como a Microsoft e a Shell. O pré-sal foi a maior descoberta de petróleo no mundo nos últimos 30 anos. A década 2010-2020 deverá ser o período do "(...) aprender com mais rapidez do que podem inventar(...)" (Michael Spence, Prêmio Nobel de Economia em 2001) da indústria química brasileira.
Etapas já foram concluídas, e metas, atingidas com sucesso. O maior exemplo é a consolidação de uma empresa petroquímica mundial de capital brasileiro, alcançada com a formação da Braskem. Desde a sua consolidação recente, a Braskem já buscou crescimento nas Américas.
No México, firmou acordo com o grupo Idesa para a produção de eteno e de polietilenos. Nos EUA, a Braskem adquiriu, por US$ 350 milhões, a Sunoco Chemicals, tornando-se a líder nas Américas e a 3ª maior do mundo em produção de polipropileno. Uma de suas acionistas, a Petrobras, já ocupa o quarto lugar como empresa de energia no ranking elaborado pela consultoria PFC Energy 500, de 2009, atrás apenas da PetroChina, da ExxonMobil e da australiana BHP Billiton. Isso é um fato.
Mas a indústria química brasileira é maior que a petroquímica, assim como os desafios e as oportunidades com o pré-sal.
A indústria química brasileira é formada por outras indústrias, além da petroquímica: adubos, tintas e vernizes, cosméticos, entre outras. Segundo a Abiquim (Associação Brasileira da Indústria Química), a indústria química do Brasil é a nona maior do mundo. Na década 2010-2020, serão necessários US$ 167 bilhões em investimentos para consolidá-la como uma das cinco maiores do mundo na década seguinte, 2020-2030. A indústria química brasileira já desenvolve tecnologias inovadoras em produtos renováveis, como a produção de "polietilenos verdes".

JOÃO LUIZ ZUÑEDA é diretor da MaxiQuim Assessoria de Mercado.



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