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Economistas afirmam que é preciso mudar
DE SÃO PAULO
Especialistas discordam
sobre o tempo que levará
para a demanda chinesa
por commodities brasileiras cair significativamente. Alguns falam de um futuro próximo, outros, em
mais uma década.
Mas é consenso que esse dia chegará e que a intensidade do efeito negativo disso sobre o Brasil vai
depender em grande parte
de reformas e medidas para melhorar a competitividade da indústria.
O peso dos produtos
manufaturados (produtos
industrializados de maior
tecnologia e valor agregado) nas exportações brasileiras despencou nos últimos anos: de 59% no primeiro semestre de 2000
para 40,5% no mesmo período deste ano.
Na China e em asiáticos
como o Japão, os manufaturados representam cerca
de 90% das exportações,
e, nos EUA e na União Europeia, eles rondam 75%.
Economistas dizem que
a tendência em si não é
alarmante porque a demanda doméstica aquecida está compensando a
quedas nas exportações.
"Deveríamos aproveitar
o bom momento para melhorar a produtividade da
nossa indústria", diz Fernando Sarti, da Unicamp.
O risco é que a indústria
não tenha ganhos significativos de produtividade e
se torne pouco competitiva, levando a aumento cada vez maior das importações de manufaturados.
REFORMA
É longa a lista dos fatores que hoje prejudicam o
setor manufatureiro: câmbio apreciado, alta carga
tributária, excesso de burocracia, custo elevado do
crédito e deficiências de
infraestrutura.
E economistas enfatizam a necessidade de reformas para atacar esses
problemas. O economista-chefe da MB Associados,
Sergio Vale, ressalta que
não ocorreram reformas
significativas no Brasil nos
últimos seis anos.
Ele e outros especialistas chamam a atenção para o fato de que a maior
parte das reformas consideradas necessárias tampouco figura como ponto
central do debate eleitoral.
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