São Paulo, domingo, 11 de julho de 2010

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Economistas afirmam que é preciso mudar

DE SÃO PAULO

Especialistas discordam sobre o tempo que levará para a demanda chinesa por commodities brasileiras cair significativamente. Alguns falam de um futuro próximo, outros, em mais uma década.
Mas é consenso que esse dia chegará e que a intensidade do efeito negativo disso sobre o Brasil vai depender em grande parte de reformas e medidas para melhorar a competitividade da indústria.
O peso dos produtos manufaturados (produtos industrializados de maior tecnologia e valor agregado) nas exportações brasileiras despencou nos últimos anos: de 59% no primeiro semestre de 2000 para 40,5% no mesmo período deste ano.
Na China e em asiáticos como o Japão, os manufaturados representam cerca de 90% das exportações, e, nos EUA e na União Europeia, eles rondam 75%.
Economistas dizem que a tendência em si não é alarmante porque a demanda doméstica aquecida está compensando a quedas nas exportações.
"Deveríamos aproveitar o bom momento para melhorar a produtividade da nossa indústria", diz Fernando Sarti, da Unicamp.
O risco é que a indústria não tenha ganhos significativos de produtividade e se torne pouco competitiva, levando a aumento cada vez maior das importações de manufaturados.

REFORMA
É longa a lista dos fatores que hoje prejudicam o setor manufatureiro: câmbio apreciado, alta carga tributária, excesso de burocracia, custo elevado do crédito e deficiências de infraestrutura.
E economistas enfatizam a necessidade de reformas para atacar esses problemas. O economista-chefe da MB Associados, Sergio Vale, ressalta que não ocorreram reformas significativas no Brasil nos últimos seis anos.
Ele e outros especialistas chamam a atenção para o fato de que a maior parte das reformas consideradas necessárias tampouco figura como ponto central do debate eleitoral.


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