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Queda no preço do ferro pode afetar contas externas do Brasil
DE SÃO PAULO
A conjuntura econômica
mundial pós-crise de 2008
tem sido fundamental para o
desempenho relativamente
positivo da balança comercial brasileira.
Mas economistas afirmam
que esses ventos podem mudar, levando a uma forte deterioração das contas externas do país.
Cálculos feitos pelo Itaú
Unibanco mostram que, desde o primeiro trimestre de
2009, a média dos preços dos
produtos exportados pelo
Brasil aumentou 20%.
Durante o mesmo período,
os preços da pauta importadora subiram apenas 2%.
Isso compensou o fato de o
volume de importações ter
dado um salto de 50%, ante
aumento de 20% das quantidades exportadas (as contas
do banco levam em consideração variações sazonais).
"Há um descompasso entre o crescimento de países
desenvolvidos e emergentes.
Com isso, a demanda por manufaturados caiu, e a por primários seguiu forte", diz Ilan
Goldfajn, economista-chefe
do Itaú Unibanco.
A grande pergunta é: até
quando o Brasil vai continuar se beneficiando da robusta demanda chinesa por
suas commodities?
Ruben Damião, sócio da
Galeão Serviços de Investimentos, acredita, por exemplo, que os preços do minério
de ferro possam sofrer queda
significativa nos próximos
dois anos, à medida que maturarem importantes investimentos chineses em curso.
Isso teria efeito negativo
sobre as contas externas do
país porque a atual fase de
crescimento brasileira, sustentada por consumo doméstico e investimentos, manterá em alta a demanda por
produtos importados.
As projeções do deficit em
conta-corrente (que contabiliza o balanço das transações
do país com o exterior) para
2010 oscilam em torno de
2,5% do PIB (Produto Interno
Bruto), aumentando para
cerca de 3% em 2011.
Segundo economistas, se
esse número se aproximar de
4% do PIB, o país poderá encontrar maior dificuldade para financiar o deficit, o que
forçaria um ritmo de crescimento econômico menor.
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