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Devido a testes no pré-sal, Petrobras desperdiça gás
Volume jogado fora é suficiente para abastecer Grande Rio de Janeiro
Estatal deixa de gerar uma receita diária de cerca de US$ 4,2 mi
com a grande
queima do produto
PEDRO SOARES
DO RIO
Apesar da retomada do
consumo de gás no pós-crise,
a Petrobras mantém níveis
elevados de queima do produto em suas plataformas: o
desperdício chegou a 7,3 milhões de metros cúbicos ao
dia na média de janeiro a
maio -volume mais que suficiente para abastecer a
Grande Rio de Janeiro.
Considerando o preço do
gás vendido às distribuidoras em contratos de três anos,
a Petrobras deixa de gerar
uma receita diária de cerca
de US$ 4,2 milhões.
Em 2009, por conta do menor consumo, a estatal queimava mais gás. O mercado
reagiu, mas o volume desperdiçado não voltou aos níveis
anteriores.
Para Marco Tavares, especialista da Gas Energy, o volume de gás não aproveitado
"é muito elevado". "O país
carece de soluções para a
queima, que gera uma perda
de recursos naturais e lança
CO2 na atmosfera."
Segundo ele, o pré-sal aumenta o risco de perdas. Como na maior parte dos atuais
campos em produção na bacia de Campos, o gás está associado ao petróleo.
Para produzir o óleo
-mais rentável-, é preciso
dar um destino ao gás. São
três as opções: transporte por
gasoduto para o continente,
reinjeção nos poços ou queima -a mais ineficiente.
Tavares diz que ainda há
tempo até a entrada em operação dos campos do pré-sal
para pensar numa solução,
como a conversão do gás para o estado líquido em alto-mar e seu transporte em navios. Tal solução já está em
estudo pela Petrobras.
A Petrobras reconhece que
os testes de produção no pré-sal elevaram a queima de gás
neste ano.
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