|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros
Usina antiga pode elevar oferta de energia
Aneel deve editar regra liberando a instalação de novas turbinas para ampliar capacidade das hidrelétricas
Estudo obtido pela Folha revela que Cemig, Copel, Cesp e Eletrobras seriam as empresas mais beneficiadas
PEDRO SOARES
DO RIO
Empresas de geração de
energia já se movimentam
para investir na instalação de
novas turbinas para aumentar a capacidade de suas antigas hidrelétricas graças à
perspectiva de que a Aneel
(Agência Nacional de Energia Elétrica) edite, em breve,
nova regulamentação sobre
a chamada repotencialização das usinas.
A medida poderá acrescentar, ao menos, 5.300 MW
de energia ao sistema, segundo previsão da Abrage
(Associação Brasileira das
Empresas Geradoras de
Energia Elétrica).
Estudo da entidade obtido
pela Folha revela que as estatais estaduais Cemig (MG),
Copel (PR) e Cesp (SP), e a federal Eletrobras-Chesf são as
empresas que mais vão se beneficiar da liberação das
obras de ampliação de usinas pela Aneel.
Juntas, essas companhias
podem colocar mais 4.200
MW -volume de energia
pouco menor do que a capacidade assegurada de geração, ao longo de todo ano, da
usina de Belo Monte (PA).
VÁCUO JURÍDICO
Hoje, porém, se investirem
para ampliar a capacidade,
elas não têm para quem vender a energia, já que há um
vácuo legal. Não existe nenhum mecanismo, nem em
lei nem na regulamentação
interna da Aneel, que permita a comercialização desse
excedente a ser gerado.
Há juristas que defendem
até a necessidade de novo
leilão de concessão para realizar uma ampliação nas hidrelétricas.
Para Flávio Neiva, presidente da Abrage, esse é um
dos grandes nós do setor elétrico que começa a ser desatado agora, com a disposição
da Aneel em editar portaria
que passe a regular a repotencialização das usinas.
Internamente, a Aneel estuda o assunto em esfera técnica e enxerga a necessidade
de resolvê-lo logo.
A previsão é que, ainda em
outubro ou no máximo no
próximo mês, a questão siga
para apreciação da diretoria
colegiada da agência.
SEGURANÇA
Neiva diz que o "maior ganho da repotencialização"
está na segurança do suprimento de energia. É que, segundo ele, o aumento proporcionado no total de energia assegurada -aquela que
é gerada o ano todo, sem interrupção sazonal, e transferida para o sistema elétrico
com garantia firme- é pequeno.
Os mais de 4.000 MW que
poderão vir das novas turbinas vão "entrar na ponta, na
hora de pico do consumo",
quando o país mais precisa
de energia "para evitar apagões e sobrecargas da rede",
de acordo com Neiva.
Não há ainda uma estimativa de quanto custará a ampliação da capacidade das
usinas, embora haja a disposição das empresas de gerar
mais energia.
Neiva diz que são necessários "pequenos investimentos", se comparados aos destinados à usina de Belo Monte, por exemplo.
É que hidrelétricas como
São Simão (MG) ou Porto Primavera (SP) já foram construídas com a previsão de receberem, no futuro, novas
máquinas. Por isso, não é
preciso, por exemplo, erguer
novas barragens. O investimento consiste basicamente
na compra e instalação das
novas turbinas.
Texto Anterior: Aplicação no mundo real Próximo Texto: Videogame irregular é alvo de fiscalização Índice | Comunicar Erros
|