São Paulo, segunda-feira, 11 de outubro de 2010

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Bolsa quer aumentar liquidez de mercados

Formador de preço fará mínimo de transações

MARIANA SCHREIBER
DE SÃO PAULO

A BM&FBovespa quer aumentar a liquidez dos mercados de opções, ações, ETFs (fundos atrelados a índices) e BDRs (recibos de ações de empresas estrangeiras), elevando o volume de negócios.
Para isso, a Bolsa vai ter um programa de formadores de mercado, com objetivo de reduzir a diferença entre os preços de compra e venda ("spreads") dos ativos.
A função dos formadores de mercado é a de movimentar os papéis, oferecendo cotações de compra e venda para atrair investidores e ampliar a liquidez dos ativos.
Segundo Julio Ziegelmann, diretor de renda variável da BM&FBovespa, o programa ainda depende da aprovação da CVM (Comissão de Valores Mobiliários).
A previsão é de que entre em vigor em dezembro ou, no máximo, no início de 2011.
O primeiro mercado a ser beneficiado será o de opções, hoje fortemente concentrado em opções de ações de Vale e Petrobras, as mais negociadas do mundo.
"Vai ter alguém colocando preço [ordem de compra e venda] a todo momento. Isso vai aumentar a liquidez dos ativos", diz Ziegelmann.
A BM&FBovespa fará uma concorrência pública para escolher os formadores de mercado. A Bolsa quer atrair os operadores de alta frequência, como bancos, que, por meio de computadores, fazem milhões de compras e vendas por segundo.
Eles serão isentos das taxas de negociação (emolumentos) nos mercados em que forem formadores.

IBOVESPA
Inicialmente, haverá um formador de mercado apenas para as opções do Ibovespa, o principal índice da Bolsa.
Num segundo momento, englobará opções das dez ações de maior participação na carteira do Ibovespa, exceto Petrobras e Vale.
Considerando a atual composição do índice, entrariam no programa as opções de BM&FBovespa, Itaú Unibanco, OGX, Bradesco, Gerdau, Usiminas, PDG Realt, Banco do Brasil, CSN, e Itaúsa.
Depois, a intenção é estender o programa para BDRs, ETFs e ações pouco líquidas.
Sete ETFs são atualmente negociados na BM&FBovespa. No caso dos seis deles administrados pela BlackRock, o Citibank foi contratado como formador de mercado.
O Itaú Unibanco administra o ETF mais líquido, atrelado ao Ibovespa. A instituição administrará também o próximo a ser lançado: o ETF Financeiro, com rentabilidade atrelada a ações de bancos e outras empresas do setor.

CRESCIMENTO
A liquidez da maioria das opções negociadas na BM&F Bovespa ainda é baixa. Mas o grande volume de negócios apenas com opções de ações da Petrobras e da Vale coloca a Bolsa brasileira entre as líderes do mercado global.
A aplicação em opções de ações disparou na BM&FBovespa este ano. O número de contratos aumentou 80% no primeiro semestre de 2010 alcançando 424,1 mil.
Entre todas as bolsas do mundo, apenas a Chicago Board Options Exchange, especializada no mercado de opções, negociou mais contratos que a bolsa brasileira.
Durante um mês, em março, a BM&FBovespa ultrapassou a Bolsa de Chicago.


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