São Paulo, terça-feira, 11 de outubro de 2011

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Para pressionar governo, importador cita mão de obra

Direção da Abeiva vai se reunir com sindicalistas e dizer que aumento do IPI pode reduzir postos de trabalho

VENCESLAU BORLINA FILHO

DE SÃO PAULO

Os trabalhadores da indústria automotiva serão alvos dos importadores de veículos para atrair a opinião pública e pressionar o governo federal a rever a decisão que elevou o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) em 30 pontos percentuais.
O objetivo é demonstrar aos trabalhadores que o aumento do imposto poderá reduzir postos de trabalho à medida que desfavorece a competitividade entre as montadoras instaladas no Brasil e os carros trazidos de fora pelas empresas.
Ainda nesta semana, sindicalistas de diversas regiões do país serão procurados por representantes dos importadores para marcar reuniões e explicar a situação do se- tor, além de demonstrar os impactos que a medida poderá causar no mercado.
"A falta de competitividade vai gerar escassez de novos produtos, diminuindo a exportação e podendo reduzir postos de trabalho", disse o presidente da Abeiva (associação dos importadores de veículos), José Luiz Gandini.
O representante da associação, que também é presidente da coreana Kia no Brasil, afirmou que é triste sentir que os trabalhadores do setor "não enxergam ou não querem enxergar o fato de, a médio prazo, também serem afetados" com a medida.
Ontem, durante premiação da ADVB-SP (Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil), Gandini criticou o governo e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, autor da medida que elevou o imposto para importação.
Segundo o empresário, o novo IPI tirou a possibilidade de competir com os nacionais e acabou com a função de balizar os preços praticados no país.
"Estou triste porque a xenofobia cobre os olhos de nossos governantes e abre caminho às benesses para um pequeno grupo de empresas, dita brasileiras, quando, na realidade, estão remunerando o capital estrangeiro", disse, sem citar nomes.
Ao ministro, o presidente da Abeiva rebateu a fala de que os importadores de veículos são "aventureiros". "Como devemos, então, nominar nosso governo que contrariou a Constituição brasileira e negou a carência legal de 90 dias para efetivação do novo IPI?", disse.
Mantega foi procurado por meio de sua assessoria no ministério, mas informou que não comentaria o caso.


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