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Silvio Santos terá que vender patrimônio
Para cobrir rombo de banco, empresário entrega como garantia todos os bens do seu conglomerado, incluindo o SBT
Primeiro que deve
ser vendido será o
próprio PanAmericano,
considerado o ativo
mais líquido do grupo
Ricardo Stuckert - 22.set.2010/Presidência da República
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O presidente Lula na reunião com o empresário Silvio Santos, em 22 de setembro; oficialmente, o assunto foi o Teleton
TONI SCIARRETTA
DE SÃO PAULO
SHEILA D'AMORIM
DE BRASÍLIA
O empresário Silvio Santos, 79, deu como garantia
praticamente todo o seu patrimônio empresarial, incluindo o SBT e o Baú da Felicidade, para obter R$ 2,5 bilhões do FGC (Fundo de Garantidor de Crédito), um fundo privado gerido pelo conjunto de bancos. O dinheiro
servirá para cobrir um rombo
no balanço da instituição.
Como é improvável que as
44 empresas do grupo gerem
caixa suficiente para pagar a
totalidade do empréstimo, o
grupo terá de se desfazer de
boa parte do patrimônio.
Na prática, todas as empresas estão à venda. O valor
contábil (expresso nos livros)
do grupo soma R$ 2,7 bilhões
-se estivesse na Bolsa, seria
maior por englobar prêmio
pela posição de mercado.
O primeiro que deve ser
passado adiante será o próprio banco PanAmericano,
considerado o ativo mais líquido do grupo. Dificilmente
a Caixa comprará porque não
pretende torná-lo estatal.
Estima-se que o banco poderia valer R$ 1,5 bilhão.
O SBT é a empresa mais difícil de ser vendida, devido às
amarras da lei. O SBT nem
pode ser oferecido como garantia, que foi constituída de
forma indireta.
Segundo advogados especialistas em radiodifusão, a
legislação do setor não permite que concessões sejam
dadas em garantia de empréstimos, mas o SBT poderia oferecer aos bancos prédios e terrenos.
Segundo o presidente do
conselho do FGC, Gabriel Jorge Ferreira, o empresário Silvio Santos se dispôs a vender
todas essas empresas se for
preciso para saldar o empréstimo. "Nunca vi um empresário fazer isso, se colocar nessa situação", disse Ferreira.
O empréstimo é sem juros
e tem correção pelo IGP-M.
O grupo terá dez anos para
saldar a dívida, sendo que o
primeiro pagamento semestral ocorrerá em três anos.
Para socorrer o PanAmericano, o Fundo Garantidor
exigiu que a holding Silvio
Santos Participações mudasse seu status de empresa limitada para S.A., que tem balanços auditados e pode emitir debêntures (título de empresa que rende juros).
NEGÓCIOS
Segundo a Folha apurou,
os bens, que incluem 44 empresas -entre as quais o próprio banco PanAmericano,
seguradora, companhias de
capitalização, de cosméticos
e consórcios-, já deverão começar a ser negociados.
O prazo de carência acertado na operação teria sido para garantir que Silvio Santos
não precise vender seus bens
a qualquer preço.
O próprio Silvio Santos deverá efetuar as negociações
e, à medida que os bens forem vendidos, o dinheiro obtido irá diretamente para
amortizar o empréstimo.
Durante o período do empréstimo, todo o lucro das
empresas irá para abater a dívida com o fundo.
Colaborou ELVIRA LOBATO, do Rio
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