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Não houve desvio, diz Grupo Silvio Santos
Luiz Sandoval, presidente da holding do grupo que controla o banco, diz que os executivos erraram sem má-fé
Executivo diz que banco não tem problema de liquidez; caixa era de
R$ 1,3 bi e, com aporte, passa a ser de R$ 3,2 bi
MÔNICA BERGAMO
COLUNISTA DA FOLHA
Luiz Sandoval, presidente
da holding do grupo Silvio
Santos, diz que o banco PanAmericano não tem problema de liquidez. Diz que os
executivos da instituição erraram sem má-fé e que não
houve desvio de dinheiro.
Folha - Quem são os responsáveis?
Luiz Sandoval - Não se sabe ainda. O Banco Central está apurando. Ele constatou
inconsistências contábeis
que reduziram o patrimônio
do banco. Para resolver isso,
a holding aportou capital
que tomou do Fundo Garantidor de Crédito.
O Silvio Santos deu patrimônio dele em garantia?
A holding deu garantias.
Inclusive a TV?
Nós não entramos em detalhes. O fundo exigiu e nós
demos garantias. O dinheiro
será devolvido em dez anos.
O presidente Lula foi informado pelo Silvio?
Não sei. Não sei. Esse assunto é tratado pela holding.
Foi uma surpresa?
Foi. Nem eu nem o acionista sabíamos. Eu não desço à
contabilidade das empresas.
Nós, na holding, trabalhamos com os relatórios, pareceres de auditoria externa,
do conselho fiscal.
A CEF fez uma "due diligence" pela KPMG...
E não captou nada.
Esse rombo é de quando?
Começou em 2006.
Uma fraude contábil?
Eu falaria de erros, de inconsistências contábeis.
Foi deliberado?
Note bem: isso nós vamos
apurar ainda. Não houve
desvio de recursos. O banco
não tem problema de liquidez. O caixa era de R$ 1,3 bilhão e com esse aporte passa
a ser de R$ 3,2 bilhões. É uma
questão patrimonial: como o
banco tem que operar pelo
Índice de Basileia, precisou
fazer essa recomposição.
Foi mais erro do que má-fé?
Entendo que sim. E o BC
está entendendo que sim.
Certeza você nunca pode ter.
Não houve... houve uma falha de interpretação da área
financeira. Exemplo: havia
uma cessão de contrato de financiamento que teria de
passar para o cessionário,
Itaú, Bradesco. Mas ficou no
ativo do PanAmericano.
Executivos foram afastados...
Mas isso fazia parte do
acordo que nós já tínhamos
com a Caixa [Econômica Federal, que se associou ao
banco]. Nós íamos fazer uma
reestruturação completa, independe desse problema.
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