São Paulo, quinta-feira, 11 de novembro de 2010

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Não houve desvio, diz Grupo Silvio Santos

Luiz Sandoval, presidente da holding do grupo que controla o banco, diz que os executivos erraram sem má-fé

Executivo diz que banco não tem problema de liquidez; caixa era de R$ 1,3 bi e, com aporte, passa a ser de R$ 3,2 bi

MÔNICA BERGAMO
COLUNISTA DA FOLHA

Luiz Sandoval, presidente da holding do grupo Silvio Santos, diz que o banco PanAmericano não tem problema de liquidez. Diz que os executivos da instituição erraram sem má-fé e que não houve desvio de dinheiro.

 

Folha - Quem são os responsáveis?
Luiz Sandoval
- Não se sabe ainda. O Banco Central está apurando. Ele constatou inconsistências contábeis que reduziram o patrimônio do banco. Para resolver isso, a holding aportou capital que tomou do Fundo Garantidor de Crédito.

O Silvio Santos deu patrimônio dele em garantia?
A holding deu garantias.

Inclusive a TV?
Nós não entramos em detalhes. O fundo exigiu e nós demos garantias. O dinheiro será devolvido em dez anos.

O presidente Lula foi informado pelo Silvio?
Não sei. Não sei. Esse assunto é tratado pela holding.

Foi uma surpresa?
Foi. Nem eu nem o acionista sabíamos. Eu não desço à contabilidade das empresas. Nós, na holding, trabalhamos com os relatórios, pareceres de auditoria externa, do conselho fiscal.

A CEF fez uma "due diligence" pela KPMG...
E não captou nada.

Esse rombo é de quando?
Começou em 2006.

Uma fraude contábil?
Eu falaria de erros, de inconsistências contábeis.

Foi deliberado?
Note bem: isso nós vamos apurar ainda. Não houve desvio de recursos. O banco não tem problema de liquidez. O caixa era de R$ 1,3 bilhão e com esse aporte passa a ser de R$ 3,2 bilhões. É uma questão patrimonial: como o banco tem que operar pelo Índice de Basileia, precisou fazer essa recomposição.

Foi mais erro do que má-fé?
Entendo que sim. E o BC está entendendo que sim. Certeza você nunca pode ter. Não houve... houve uma falha de interpretação da área financeira. Exemplo: havia uma cessão de contrato de financiamento que teria de passar para o cessionário, Itaú, Bradesco. Mas ficou no ativo do PanAmericano.

Executivos foram afastados...
Mas isso fazia parte do acordo que nós já tínhamos com a Caixa [Econômica Federal, que se associou ao banco]. Nós íamos fazer uma reestruturação completa, independe desse problema.


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