São Paulo, quinta-feira, 11 de novembro de 2010

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VAIVÉM

MAURO ZAFALON - mauro.zafalon@uol.com.br

Algodão sobe e área aumenta acima de 30%

Esquecido nos últimos anos por parte dos produtores, o algodão se transforma em uma das boas opções de plantio nesta safra 2010/11.
Os estoques internacionais estão baixos, a demanda continua aquecida e houve queda de produção em alguns dos principais países produtores.
O resultado foi a elevação dos preços mundiais para os maiores valores em 140 anos nas principais Bolsas de negociações.
Tudo isso levou os produtores brasileiros a ampliar a área semeada, que poderá atingir até 1,14 milhão de hectares, segundo a estimativa mais otimista da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), 37% mais do que no ano passado.
O órgão tem também uma estimativa mais pessimista, que indica 1,08 milhão de hectares. Nesse caso, o aumento seria de 29%.
A consultoria AgraFNP, especializada em informações no setor do agronegócio, também prevê um bom avanço na área: será semeado 1,09 milhão de hectares, 31% mais do que em 2009.
A área de algodão no país chegou a 4,1 milhões de hectares na safra 1976/77, mas doenças e rentabilidade maior de outros produtos fizeram a área recuar para até 657 mil hectares em 96/97.
A produção brasileira da pluma deverá atingir até 1,7 milhão de toneladas, 46% mais do que a obtida na safra anterior, segundo a Conab.
Os dados da AgraFNP também indicam produção de 1,7 milhão de toneladas.
"Em muitas regiões, o algodão vinha sumindo e perdendo território para soja e cana. Com o atraso na safra de verão dessas culturas, o cotonicultor resolveu focar o plantio da pluma para esta primeira safra", avalia Fernando Terao, analista de grãos da AgraFNP.
Os preços continuam subindo e atingiram US$ 1,46 por libra-peso (454 gramas) ontem em Nova York. No mercado interno, as cotações do Cepea indicam R$ 2,72.

Parou A arroba do boi gordo, após forte escalada de preços nas últimas semanas, perdeu força ontem e recuou. Dados do Cepea indicaram que a média ponderada de preços recuou para R$ 116,18, com queda de 0,9% no dia.

Quanto sobe Essa queda no preço do boi é a primeira desde o início de outubro. No dia 6 do mês passado, a arroba era negociada a R$ 94,60, segundo o Cepea. De lá para cá, teve alta acumulada de 23%.

PEP A Conab fará leilões de PEP (Prêmio de Escoamento de Produto) para arroz e trigo. Os leilões visam garantir os preços mínimos de R$ 25,80 por saca de 50 quilos para o arroz e de R$ 477 por tonelada para o trigo-pão tipo 1, diz a Conab.

Em queda O mercado de commodities agrícolas fechou em baixa ontem nos mercados de Nova York e de Chicago. O algodão liderou a queda em Nova York, com recuo de 3,7%.

Com KARLA DOMINGUES

Com alta do boi, picanha já sobe 22%

Os consumidores paulistanos que foram aos supermercados na primeira semana deste mês pagaram 22% mais pelo quilo de picanha do que pagavam no início de outubro. A alta do filé-mignon foi de 17% no período.
Os dados são da Fipe e indicam que o varejo já começa a repassar a forte alta de preços que o boi vem tendo nas últimas semanas no pasto.
A falta de animais para abate já levou os preços da arroba para R$ 116, segundo apuração de preços do Cepea. A AgraFNP, que também acompanha esse setor, aponta R$ 115 por arroba.
Pelos dados dos confinadores e dos pecuaristas, o consumidor vai pagar mais caro pela carne nas próximas semanas. A oferta de boi continuará escassa, inclusive a de animais confinados que abastecem parte do mercado neste período de entressafra.


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