|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros
O texto abaixo contém um Erramos, clique aqui para conferir a correção na versão eletrônica da Folha de S.Paulo.
Petrobras planeja conter "estrangeiros" no álcool
Criação de uma grande empresa nacional é essencial ao setor, dizem analistas
Além dos 40% da ETH, a estatal comprou 46% da Açúcar Guarani, quarta maior processadora de cana-de-açúcar do país
DE BRASÍLIA
A Petrobras tenta conter
uma "invasão estrangeira"
no mercado de etanol brasileiro e deve fazer isso por
meio de aquisições nos próximos anos.
Além dos 40% da ETH, um
negócio que pode chegar a
R$ 3 bilhões, a empresa comprou neste ano 45,7% do capital da Açúcar Guarani, a
quarta maior processadora
de cana-de-açúcar do Brasil,
por R$ 1,6 bilhão. A Guarani é
controlada pelo grupo francês Tereos.
A luz vermelha acendeu
tanto na Petrobras como no
governo federal quando, no
início deste ano, foi concretizada a parceria entre a Shell e
a Cosan para a criação da líder mundial do setor, que é
avaliada em aproximadamente US$ 12 bilhões.
A associação da petroleira
anglo-holandesa com uma
companhia brasileira marcou a entrada de uma multinacional petrolífera na área
de etanol, um setor tradicionalmente verde e amarelo.
Além disso, a BP (British
Petroleum) criou recentemente, em parceria com os
grupos nacionais Maeda e
Santelisa Vale, a Tropical
Bioenergia.
SEM ETANOL
E a Petrobras, apesar de ter
criado sua subsidiária para
atuar em biocombustíveis
em 2008 e de ter comprado
uma usina de cana em dezembro passado por R$ 150
milhões, não produzia sequer um litro de etanol no
país no começo deste ano.
O processo de desnacionalização na área de cana-de-açúcar já vinha acontecendo,
contudo, há algum tempo.
Antes da Cosan, a americana Bunge havia comprado o
grupo Moema, e as francesas
Louis Dreyfus e Tereos adquiriram a Santa Elisa e a
Açúcar Guarani, respectivamente, além de outras operações nas quais sempre o capital estrangeiro comprou participação nacional.
Para especialistas do setor
sucroalcooleiro, a criação de
uma grande empresa nacional para atuar na cadeia da
cana-de-açúcar é essencial
para desenvolver o potencial
do álcool e para torná-lo uma
commodity mundial, como
deseja o governo.
CONSOLIDAÇÃO
Na opinião do diretor do
Centro Brasileiro de Infraestrutura, Adriano Pires, a Petrobras está atrasada nesse
processo de consolidação do
setor de biocombustíveis no
Brasil.
O mercado vive um momento de consolidação, apesar de ainda ser fragmentado, com muitas empresas pequenas atuando.
Na visão dele, a Petrobras
e a ETH possuem grandes sinergias, além de terem parcerias em outras áreas, como
a petroquímica.
"No Brasil, até há pouco
tempo as empresas do setor
possuíam perfil familiar, e as
usinas eram muitas vezes sediadas nas próprias fazendas", afirma Pires.
"Hoje elas precisam se
adequar às novas exigências
do mercado de capitais para
atrair investimentos", completa ele.
Texto Anterior: Petrobras faz oferta para tentar liderar mercado de álcool no país Próximo Texto: Frase Índice | Comunicar Erros
|