São Paulo, sábado, 12 de fevereiro de 2011

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ANÁLISE

Novos projetos dependem de regulação e de juros baixos

CLEVELAND PRATES
ESPECIAL PARA A FOLHA

Nos últimos dias, o Brasil tem travado um debate que parecia ter desaparecido: qual será a inflação dos próximos meses e suas causas.
A maioria dos economistas concorda que o problema está no excesso de demanda, particularmente no gasto do governo. Não obstante, a questão que deveria estar posta depois de um longo período de estabilização é saber qual a nossa capacidade de crescimento (sem comprometer fundamentos macroeconômicos) e como fazer para que ela se eleve.
Nesse aspecto, não há outra resposta a não ser estimular o investimento interno para ampliar o parque produtivo e reduzir os custos.
Ao contrário do século passado, em que o Estado foi mola propulsora de grande parte dos investimentos, hoje vivemos uma situação totalmente distinta.
Primeiro porque o governo não dispõe de poupança suficiente para encampar todas as inversões que seriam necessárias, principalmente em infraestrutura. Segundo, há hoje consenso de que não há sentido em sustentar um "Estado empresário".
Nesse novo cenário, cabe ao governo criar um ambiente propício para que o setor privado tenha incentivos adequados e eleve o nível de investimento no país.
Para tanto, três questões devem ser observadas.
A primeira é estabelecer uma política macroeconômica que permita reduzir o custo do capital (cortar o juro). O segundo é investir em educação, que implicará ganhos de produtividade da mão de obra. Em terceiro, cabe ao Estado atuar minimizando as falhas de mercado com mecanismos regulatórios adequados.

CLEVELAND PRATES é professor da FGV e sócio da IMP Consultoria Econômica.


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