São Paulo, sábado, 12 de fevereiro de 2011

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Produção de açúcar deve ficar estável no centro-sul

Estabilidade ocorrerá após alta por três anos

VENCESLAU BORLINA FILHO
DE RIBEIRÃO PRETO

Após três anos de alta, o percentual de cana destinado à produção de açúcar deve seguir estável na safra 2011/12 na região centro-sul.
A baixa produtividade dos canaviais e a pressão do mercado por etanol hidratado -devido ao aumento de produção dos carros flex- são os principais fatores para a estagnação.
Na safra anterior (2010/11), a produção de açúcar abocanhou 44,73% dos 556,1 milhões de toneladas de cana processadas na região, segundo a Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar). O restante foi de etanol hidratado e anidro.
Já na safra 2008/09, o mix de açúcar era de 39,45%. Esse percentual menor foi influenciado pelo aumento da demanda de etanol e a quebra de usinas, inclusive as mais novas, por causa dos efeitos da crise financeira mundial no Brasil.
"O mix em 2011 não vai se alterar porque a produção de cana será a mesma e o potencial de consumo será do etanol hidratado, por causa dos carros flex", disse Antonio de Padua Rodrigues, diretor técnico da Unica.
Ele afirmou que o crescimento do açúcar no mix da cana verificado nos últimos três anos acompanhou o mercado e foi impulsionado pelo aumento do consumo mundial e a quebra da safra de outros países, como a Índia, no ano passado.
"Como só o Brasil tinha açúcar, as usinas tiveram de assumir a dinâmica do mercado e atender às necessidades. Mas o que falta é cana para produzir etanol hidratado. E temos de resolver isso com o governo", disse.

PRODUÇÃO
Estimativa da consultoria FG/Agro, de Ribeirão Preto, indica que o açúcar concentre 45,7% do mix da cana na safra. A produção de açúcar deve ser de até 34,4 milhões de toneladas e a de etanol, de 25,1 bilhões de litros, entre hidratado e anidro.
Exemplo da dinâmica do mercado, a Cosan destinou 55% da cana para produção de açúcar na safra 2010/11. Foram 3,35 milhões de toneladas de açúcar e 2,19 bilhões de litros de etanol.
Já o grupo São Martinho encerrou sua safra com moagem de 13,1 milhões de toneladas de cana, sendo 46% destinados à produção de açúcar e 54%, para etanol.


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