São Paulo, sábado, 12 de fevereiro de 2011

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Superavit dos EUA com o Brasil sobe 89%

Saldo de US$ 11,4 bi é o quinto maior dos americanos com seus parceiros; no total, país tem deficit de US$ 498 bi

Vendas para o Brasil crescem 35%, em meio a dólar fraco e política de incentivo à exportação para países emergentes

ÁLVARO FAGUNDES
DE NOVA YORK

Apoiados pelo enfraquecimento do dólar e por uma política que incentiva as exportações para os emergentes, os EUA praticamente dobraram o seu superavit no comércio com o Brasil -mesmo que a conta com o resto do mundo seja cada vez mais negativa para os americanos.
Os EUA tiveram uma vantagem de US$ 11,4 bilhões na balança comercial com o Brasil no ano passado -aumento de 89% ante 2009.
Agora o Brasil é a quinta principal fonte do superavit para os EUA, país que tem deficit com quase todos os seus principais parceiros comerciais: foram US$ 497,8 bilhões em 2010, um terço a mais que no ano anterior.
Pelas contas dos EUA (que não são idênticas às do Brasil por diferenças como o cálculo do transporte nas contas da balança comercial), os americanos acumulam três anos seguidos de superavit com o Brasil, algo que não ocorria desde o início da década passada.
Os dados do governo americano mostram que, ainda que os EUA tenham importado 19% mais do Brasil no ano passado (com a crise perdendo força, os americanos retomaram suas compras), as exportações se aceleraram muito mais fortemente: 35%.
Na média global, os EUA aumentaram em 17% as suas vendas de bens e serviços para o mundo.
Esse avanço mais forte nas vendas para país Brasil causa preocupação no governo brasileiro -o tema foi debatido quando o secretário do Tesouro dos EUA, Timothy Geithner, esteve no Brasil na segunda-feira.
O enfraquecimento do dólar ante o real é parte da explicação para esse avanço, além do expressivo crescimento do Brasil em 2010.
Ainda que a China ganhe cada vez mais espaço nas compras brasileiras, os EUA permanecem como a principal fonte dos produtos importados pelo Brasil. Cerca de 15% do que o Brasil comprou do exterior no ano passado veio dos EUA.


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