São Paulo, terça-feira, 12 de abril de 2011

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Protesto barra pesquisa da Petrobras na Nova Zelândia

Manifestantes pularam na água para bloquear embarcação da estatal

Estatal adquiriu os direitos sobre trecho de bacia, mas Greenpeace diz que governo ocultou oposição de indígenas


DO RIO

Um protesto de ativistas ambientais forçou a Petrobras a suspender estudos sísmicos na bacia de Raukumara, na costa leste da Ilha do Norte, na Nova Zelândia.
Com cartazes com dizeres como "pare com o petróleo em águas profundas", manifestantes pularam na água para bloquear o barco Orient Explorer, da estatal.
O coordenador da campanha do Greenpeace, Simon Boxer, afirma que o protesto é contra a decisão do governo de liberar a exploração de petróleo em águas profundas sem consultar os neozelandeses e os índios maori, que representam cerca de 15% da população do país.
A tribo local, conhecida como Te Whanau-a-Apanui, procurou ajuda dos ativistas.
"Para nós, o governo da Nova Zelândia enganou a Petrobras ao dizer que haveria apoio à exploração de petróleo em águas profundas. Infelizmente, para a estatal, ela está no meio de uma discussão política. Para os maori, o ambiente marinho representa mais do que uma forma de subsistência. É também um estilo de vida e tem significado espiritual", disse Boxer, por telefone, à Folha.
A Petrobras adquiriu em janeiro do ano passado os direitos sobre um bloco na bacia de Raukumara, em uma licitação pública promovida pelo governo neozelandês.
A primeira fase do projeto envolve estudos sísmicos e geológicos para medir o potencial de petróleo e gás. A exploração de petróleo é vista como um esforço para dinamizar a economia do país.
De acordo com o programa de trabalho aprovado para a licença, a Petrobras deve realizar o estudo e interpretar os dados até maio de 2012.

PETROBRAS
Em nota, a empresa afirma que a segurança dos trabalhadores e do público é prioridade e que não pôde dar continuidade à pesquisa com segurança. "A embarcação permanece de sobreaviso até que seja seguro recomeçar a pesquisa", informou.
Segundo a Petrobras, o estágio atual consiste no levantamento de informações geológicas por meio de captação de sinais sonoros. Ao final dessa etapa, a Petrobras avaliará se continua com o projeto ou se desiste da concessão.
(JANAINA LAGE)


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