São Paulo, quinta-feira, 12 de maio de 2011

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Estudo defende nova relação da mídia com plataformas on-line

Relatório da Universidade Columbia prevê recuperação de empresas

LUCIANA COELHO
EM BOSTON

Relatório elaborado pelo departamento de jornalismo da Universidade Columbia (NY) prevê a iminente recuperação das empresas de jornalismo após anos de retração, mas diz que esta depende de mudar abordagem.
Para os autores de "A história até agora: o que se sabe sobre o negócio do jornalismo digital", é preciso rever falsos dogmas -como a canibalização dos jornais impressos, TVs e rádios pela mídia digital- e retrabalhar a relação com o público, anunciantes e novas plataformas.
"Não acreditamos que as plataformas tradicionais devam ser desrespeitadas ou desmontadas. Não seria racional achar que alguma empresa fosse deixar de lado o negócio que responde por 80% ou 90% de sua renda."
O que o relatório recomenda, no entanto, é maior rapidez e preparo para as mudanças. As novas plataformas não devem ser vistas como depósito de conteúdo impresso, mas sim uma oportunidade para repensar as formas de apresentar a notícia.
Material exclusivo para as plataformas on-line é essencial, ressalta a chamada J-School de Columbia. Mas ele não pode ser completamente dissociado do conteúdo dos veículos tradicionais.
O relatório cita como casos bem-sucedidos os das revistas "New York" e "Wired". A primeira obtém uma fatia pequena de seus acessos on-line com reportagens que já estão na versão impressa, mas a equipe que produz ambas as versões está integrada, e tanto a linguagem como a linha editorial são mantidas.
Outro exemplo é o do jornal "Dallas Morning News", em cujo website o leitor/ espectador pode, por exemplo, acompanhar jogos de futebol americano -algo impossível na versão impressa.
O relatório recomenda às empresas jornalísticas que revejam sua relação com os anunciantes e usem seu conhecimento do público para servir como uma espécie de "guia para o mundo on-line" para empresas que queiram produzir anúncios mais direcionados e interessantes.
Mas a missão, dizem, não será fácil. Pressões de custo para produzir material de qualidade não devem recuar.
Ainda assim, o relatório exorta que esse tipo de material diferenciado seja o objetivo final das empresas, chamando-o de essencial à sociedade. Veículos que cobram por seu conteúdo, por sua vez, não devem desistir de fazê-lo, mas não devem esperar retorno imediato.
"Para cada projeto de produto ou plataforma que vingar", diz o texto, "outros darão errado. Mas, se uma empresa fizer pequenas apostas em vários projetos, a chance de sucesso aumenta."


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