São Paulo, segunda-feira, 12 de setembro de 2011

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MEMÓRIA

Nash não gosta de falar sobre esquizofrenia

RICARDO MIOTO
EDITOR-ASSISTENTE DA ILUSTRADA

É difícil fazer John Nash, 83, citar a esquizofrenia. Ele não gosta quando é convidado para falar de matemática e jornalistas perguntam da doença.
Ele tem motivos: diz ter sido internado contra a sua vontade e obrigado a tomar antipsicóticos nos anos 60. Paranoico, na época Nash se sentia vigiado por uma conspiração mundial, que o fez fugir de cidade em cidade pela Europa e pedir que cancelassem sua cidadania americana -pedido que foi ignorado. Em outros momentos, acreditou ser o imperador da Antártida.
A doença surgiu aos 30 anos, quando Nash já era um reconhecido professor do MIT (Massachusetts Institute of Technology). E tinha uma carreira brilhante: em três anos, acabou a graduação e o mestrado em matemática na Carnegie Mellon University.
Com reputação de maior gênio que já passara pelo lugar, foi disputado por Harvard e Princeton. Fez o doutorado em Princeton.
Depois, no MIT, destacou-se por usar matemática avançada para estudar economia e biologia.
Entre crises e recuperações, Nash levou cerca de 20 anos para se livrar da doença. E sua contribuição científica lhe rendeu um Nobel de economia, em 94.
Sua vida ainda valeu um Oscar de melhor filme, "Uma Mente Brilhante" (2001). Ele gosta da obra e cita a ficção, caso da cena do bar, que mostra Nash tendo a inspiração para criar a Teoria dos Jogos.


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