São Paulo, terça-feira, 12 de outubro de 2010

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CVM recusa acordo e decide julgar executivos da Sadia e da Aracruz

Autarquia vai julgar responsabilidade individual e das empresas nas perdas com derivativos

Executivos ofereceram entre R$ 200 mil eR$ 400 mil para encerrar os processos sem julgamento da CVM

JANAINA LAGE
DO RIO

A CVM decidiu levar a julgamento os casos de Sadia e Aracruz (hoje Fibria) que investigam perdas milionárias em operações de risco atreladas ao dólar em 2008.
Os acusados fizeram propostas de acordo para encerrar o caso sem julgamento, mas elas foram rejeitadas.
Na época, exportadores recorreram a operações com derivativos cambiais prevendo o fortalecimento do real.
Com a alta do dólar, impulsionada pela crise, registraram fortes perdas. A Aracruz perdeu R$ 4,6 bilhões e a Sadia, R$ 760 milhões.
O relatório da CVM acusa o diretor financeiro, membros do conselho de administração, do comitê financeiro e do comitê de auditoria da Sadia e da Aracruz de falta de diligência, que consiste na falta de zelo e de cuidado exigidos em suas funções.
A Procuradoria Federal Especializada afirma que a CVM não deve aceitar as propostas dos acusados porque elas não incluem indenização para as empresas pelos supostos danos causados.
Os acusados ofereceram pagamento de R$ 200 mil cada para encerrar o caso.
Os únicos acusados que ofereceram montante superior -de R$ 400 mil, cada- foram o presidente da Aracruz à época, Carlos Aguiar, e o então diretor financeiro, Isac Zagury.
A CVM apurou falhas no cumprimento do dever de fiscalização das operações financeiras, escassez de reuniões e participantes pouco inteirados do assunto.
No caso da Aracruz, a CVM afirma que a empresa reportou, à época, valor errado para as operações de risco.
Procuradas, Sadia e Aracruz (atualmente Fibria) não quiseram comentar o caso. A Folha não conseguiu falar com os executivos citados.
No final de agosto, o ex-diretor financeiro da Sadia Adriano Ferreira ganhou ação de responsabilidade civil iniciada pela empresa, que queria responsabilizá-lo pelas perdas com câmbio.
O executivo alega que a Sadia sempre soube dos riscos que corria e que não autorizou essas operações sem a aprovação dos superiores.


Colaborou TONI SCIARRETTA de São Paulo


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