São Paulo, sexta-feira, 12 de novembro de 2010

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Nem sei onde fica o prédio do banco PanAmericano, diz Silvio

Empresário afirma que a única coisa com que se preocupa é a televisão; "é o meu hobby", diz

Silvio diz que paga bem os profissionais e eles têm de dar resultados, mas, às vezes, falham, como no caso do banco

DA COLUNISTA DA FOLHA

Leia a continuação da entrevista com Silvio Santos.
(MÔNICA BERGAMO)

 

O senhor está bem? Triste? Chateado?
Eu estou sempre bem. Você já me viu mal?

O senhor ficou surpreso com tudo o que aconteceu?
Não posso falar.

Mas o senhor coloca o seu nome e a sua história como garantia de tudo...
É claro. A holding [do grupo Silvio Santos] só recebeu R$ 2,5 bilhões porque eu dei todos os meus bens em garantia. [A operação se realizou] Como se fosse num banco particular. Mas com banco particular seria mais difícil porque os bancos particulares não querem concorrência [do banco PanAmericano].

O Bradesco não emprestaria para o seu banco, né?
É claro [que não]! Acha que o Bradesco... eu não digo o Bradesco. Mas um banco particular não vai querer me emprestar R$ 2,5 bilhões por dez anos. Vai? Até vou tentar conseguir, quem sabe?

E o ex-superintendente do PanAmericano, Rafael Palladino?
Palladino? Que Palladino? Nunca fui ao banco. Nem sei onde é o prédio. Quando tenho dinheiro, abro uma empresa no Brasil. Aplico no mercado brasileiro. Mas não sou obrigado a ficar sabendo onde é a empresa. Eu tinha uma fazenda que era a segunda maior do Brasil, a Tamakavi, e nunca fui lá. Nem vi no mapa.
A única coisa com que me preocupo é com a televisão. Eu sou investidor. Se [o negócio] der certo, deu. Se não der certo, não deu. A TV é o meu negócio. Mesmo que não desse certo, é o meu hobby.
Agora, os outros são negócios. Eu não sou obrigado a entender de perfumaria, de banco. Eu não! Isso aí eu boto dinheiro, pago bem os profissionais e eles têm que me dar resultados. E, às vezes, falham. Desta vez, falhou.

E a auditoria não pegou...
Mas quem é que arranja a auditoria? Não é o próprio executivo do banco? Que culpa tenho eu? Você vai publicar isso na Folha? A Folha fez uma matéria muito boa hoje. Ninguém sabia o que era Fundo Garantidor de Crédito. Pensavam que era um órgão do governo. Aquilo ali é praticamente uma companhia de seguros. Nem jornalista sabia. Aquilo ali realmente é para poder emprestar dinheiro, garantir o que você tem no banco. Se você tem até R$ 60 mil, garante.

Não é dinheiro público...
Mas claro que não é. O dinheiro é particular. É uma empresa sem fins lucrativos.

E com o Henrique Meirelles, o senhor tem falado muito?
Nem conheço. Não sei quem é. Olha, capricha, bota uma foto minha bem bonita no jornal.


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