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Nem sei onde fica o prédio do banco PanAmericano, diz Silvio
Empresário afirma que a única coisa com que se preocupa é a televisão; "é o meu hobby", diz
Silvio diz que paga bem os profissionais e eles têm de dar resultados, mas, às vezes, falham, como no caso do banco
DA COLUNISTA DA FOLHA
Leia a continuação da entrevista com Silvio Santos.
(MÔNICA BERGAMO)
O senhor está bem? Triste?
Chateado?
Eu estou sempre bem. Você já me viu mal?
O senhor ficou surpreso com
tudo o que aconteceu?
Não posso falar.
Mas o senhor coloca o seu nome e a sua história como garantia de tudo...
É claro. A holding [do grupo Silvio Santos] só recebeu
R$ 2,5 bilhões porque eu dei
todos os meus bens em garantia. [A operação se realizou] Como se fosse num banco particular. Mas com banco
particular seria mais difícil
porque os bancos particulares não querem concorrência
[do banco PanAmericano].
O Bradesco não emprestaria
para o seu banco, né?
É claro [que não]! Acha
que o Bradesco... eu não digo
o Bradesco. Mas um banco
particular não vai querer me
emprestar R$ 2,5 bilhões por
dez anos. Vai? Até vou tentar
conseguir, quem sabe?
E o ex-superintendente do
PanAmericano, Rafael Palladino?
Palladino? Que Palladino?
Nunca fui ao banco. Nem sei
onde é o prédio. Quando tenho dinheiro, abro uma empresa no Brasil. Aplico no
mercado brasileiro. Mas não
sou obrigado a ficar sabendo
onde é a empresa. Eu tinha
uma fazenda que era a segunda maior do Brasil, a Tamakavi, e nunca fui lá. Nem
vi no mapa.
A única coisa com que me
preocupo é com a televisão.
Eu sou investidor. Se [o negócio] der certo, deu. Se não der
certo, não deu. A TV é o meu
negócio. Mesmo que não desse certo, é o meu hobby.
Agora, os outros são negócios. Eu não sou obrigado a
entender de perfumaria, de
banco. Eu não! Isso aí eu boto
dinheiro, pago bem os profissionais e eles têm que me dar
resultados. E, às vezes, falham. Desta vez, falhou.
E a auditoria não pegou...
Mas quem é que arranja a
auditoria? Não é o próprio
executivo do banco? Que culpa tenho eu? Você vai publicar isso na Folha? A Folha
fez uma matéria muito boa
hoje. Ninguém sabia o que
era Fundo Garantidor de Crédito. Pensavam que era um
órgão do governo. Aquilo ali
é praticamente uma companhia de seguros. Nem jornalista sabia. Aquilo ali realmente é para poder emprestar dinheiro, garantir o que
você tem no banco. Se você
tem até R$ 60 mil, garante.
Não é dinheiro público...
Mas claro que não é. O dinheiro é particular. É uma
empresa sem fins lucrativos.
E com o Henrique Meirelles, o
senhor tem falado muito?
Nem conheço. Não sei
quem é. Olha, capricha, bota
uma foto minha bem bonita
no jornal.
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