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China ajuda Oi a reduzir sua dívida
Bancos chineses já liberaram US$ 1,7 bi para operadora brasileira, que ainda tem US$ 800 milhões para sacar
Recursos fortaleceram caixa, e dívida já sofreu queda de R$ 2,6 bi; Portugal Telecom colocará mais R$ 7 bi
JULIO WIZIACK
DE SÃO PAULO
A Oi conseguiu US$ 2,5 bilhões em linhas de crédito na
China e já teve US$ 1,7 bilhão
injetado na companhia somente neste ano.
Resultado: o endividamento diminuiu em US$ 2,6
bilhões entre dezembro de
2009 e setembro de 2010, e a
operadora reforçou seu caixa, hoje com R$ 12,5 bilhões.
A situação financeira da Oi
começou a complicar após a
compra da BrT (Brasil Telecom), no início de 2009. Esperava-se que a incorporação da companhia fosse ser
resolvida rapidamente para
que as sinergias (economias
de custo) pudessem chegar a
30% do valor do negócio,
que totalizou R$ 5,8 bilhões.
Mas a Oi sofreu repetidas
derrotas com os acionistas da
BrT, que não aceitaram o valor de troca das ações. Essa
negociação foi interrompida
e está congelada. "Provavelmente vai continuar assim",
afirmou Alex Zornig, diretor
de finanças da Oi. "Queremos simplificar nossa estrutura societária, mas não daremos um tiro no pé."
As perdas de valor de mercado da companhia com essas derrotas foram consideráveis. Somente com a primeira oferta recusada pelos
acionistas da BrT a queda foi
de R$ 2 bilhões.
Posteriormente, a Oi ainda
descobriu pendências judiciais da BrT sem provisionamento de cerca de R$ 1,3 bilhão. Tudo isso ajudou a aumentar o grau de endividamento da companhia, que
passou a enfrentar problemas para trocar dívidas de
curto prazo por outras de longo prazo, uma forma de obter
"fôlego" para honrar seus
compromissos com credores
e continuar investindo para
fazer frente à concorrência.
Uma forma de sair dessa
situação foi apresentada pela
China. Com a ajuda da chinesa Huawei, uma das maiores
fabricantes de equipamentos
de telecomunicações do
mundo e fornecedora da Oi, a
companhia conseguiu neste
ano um acordo com o China
Eximbank, prevendo a liberação de US$ 1 bilhão com
prazo de dez anos.
Zornig disse ainda que foram negociados depois acordos com o Bank of China e o
China Industrial Bank.
TOMA LÁ, DÁ CÁ
A Oi já tomou 70% dos recursos aprovados. No caso
do China Eximbank, 70% do
dinheiro liberado foi usado
para a compra de equipamentos de fabricantes chineses, como a Huawei e ZTE.
Na prática, os fornecedores instalaram os equipamentos, que foram "alugados" pela Oi. O pagamento
foi feito com dinheiro chinês,
uma forma de o governo daquele país estimular o crescimento de suas empresas.
Os 30% restantes dos recursos do China Eximbank e
a totalidade do financiamento dos demais bancos chineses viraram capital de giro,
ajudando no fortalecimento
do caixa da Oi, que também
diz ter aumentado sua receita
no período.
Com a entrada da PT (Portugal Telecom), que deve ser
oficializada no final de novembro, haverá uma injeção
de até R$ 7 bilhões diretamente na operadora, permitindo que os investimentos
sejam ampliados para além
dos atuais R$ 3,5 bilhões.
Esse aporte também facilitará na mudança do perfil da
dívida. Hoje a maior parte dela deve ser paga em 4,5 anos.
Mas será possível procurar
outros bancos e trocar um financiamento por outro, com
prazos maiores e juros menores, como a Oi conseguiu
com os chineses.
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