São Paulo, quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

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Bancos reduzem especulação com dólar

Maior parte dos US$ 4,1 bi que entraram no país na semana passada foi usada para diminuir exposição cambial

Para analista, mercado começa a se ajustar às medidas do governo, mas tendência ainda é de queda do dólar


EDUARDO CUCOLO
DE BRASÍLIA

Instituições financeiras e investidores estrangeiros reduziram na semana passada suas apostas na queda do dólar. A mudança, segundo economistas, reflete as medidas anunciadas pelo governo para tentar mudar a tendência para a moeda americana.
Na primeira semana do ano, a entrada de dólares no país superou a saída em US$ 4,1 bilhões, segundo o Banco Central. Somente na quinta e na sexta, entraram US$ 4 bilhões no país.
Ao contrário do que vinha acontecendo no ano passado, a maior parte do dinheiro foi utilizada para reduzir o endividamento dos bancos em moeda estrangeira. Apenas US$ 1,4 bilhão foi comprado pelo BC.
Há uma semana, o governo anunciou a primeira medida para reduzir a especulação com o dólar. Determinou que os bancos diminuam o endividamento no mercado cambial, sob pena de terem de deixar no BC sem remuneração parte dos dólares que trazem ao país.
No início desta semana, o Ministério da Fazenda também regulamentou o uso do Fundo Soberano do Brasil para reforçar o poder de intervenção do governo.
Mario Paiva, da corretora BGC/Liquidez, diz que o mercado está começando a se ajustar às medidas do governo. Segundo o economista, investidores estrangeiros também reduziram sua posição especulativa no mercado futuro em cerca de 20%.
Paiva diz, no entanto, que a tendência ainda é de desvalorização do dólar. Ontem, a moeda norte-americana fechou em queda de 0,6%, cotada a R$ 1,677.
Outro fator que pode influenciar a cotação do dólar é a expectativa de que os juros voltem a subir no Brasil, o que torna o país mais atraente para estrangeiros.
Por isso, segundo Paiva, seria importante que o governo adotasse medidas como um corte de gastos, para ajudar a combater a inflação com juros menores.
"Esse corte no Orçamento é que vai determinar se o BC vai ter de elevar mais ou menos os juros. É o que vai aliviar ou botar mais pressão sobre o câmbio", afirmou.


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