ANDREW ROSS SORKIN
DO "NEW YORK TIMES"

O investidor Roger McNamee discutia a corrida pela compra de ações de empresas de internet de capital fechado após a capitalização de US$ 2 bilhões do Facebook na semana passada.
McNamee é um dos fundadores da Elevation Partners, empresa de capital para empreendimentos que triplicou em seis meses o investimento de US$ 120 milhões na maior rede social do mundo.
Mas ele está preocupado com a sucessão de ofertas semelhantes que podem surgir de empresas de internet iniciantes, estimuladas pela forte procura dos investidores.
"Se a história serve como guia, os dois lados vão exagerar nesse tipo de transação, causando problemas."
Os investimentos do setor de capital para empreendimentos eram reservados aos profissionais, conhecidos por seu apetite por riscos.
Hoje, com rodadas bilionárias de capitalização para empresas como Facebook e Groupon, o dinheiro de investidores institucionais flui para essas companhias.
O capital vem tanto de fundos tradicionais quanto dos clientes de gestão de patrimônio privado do Goldman Sachs e investidores comuns.
De acordo com McNamee, os investidores estão aplicando nesse tipo de transação devido ao medo de perder a próxima grande onda.
"Quase todos os investidores erraram quando o Google abriu seu capital, por não comprarem agressivamente.
Ninguém deseja repetir esse erro na oferta pública inicial do Facebook", disse.
Isso não significa que os investidores devam arriscar. Aqueles que estão despejando dinheiro em empresas o fazem quase sem informação sobre o desempenho delas.
McNamee ainda menciona inconvenientes de uma abertura de capital, como os custos de fiscalização. "Ofertas privadas permitem que as empresas levantem grande volume de capital com pouca regulamentação."
Já os investidores se beneficiam ao "comprar um bloco substancial de ações, o que não é possível em IPOs", diz.