São Paulo, domingo, 13 de fevereiro de 2011

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Hotéis estão à venda, diz Resorts Brasil

Com taxa de ocupação de apenas 49% em 2010, setor enfrenta dificuldades e reivindica redução de impostos

Câmbio valorizado aumenta concorrência com viagens ao exterior e torna o país caro para os turistas estrangeiros

DE SÃO PAULO
DO RIO

O dólar barato, o alto "custo Brasil" (impostos elevados, transporte aéreo precário) e a crise nos países desenvolvidos estão castigando os resorts brasileiros.
Na prática, afirma o presidente da Resorts Brasil, Rubens Régis, os grandes empreendimentos que não são propriedades de multinacionais estão todos à venda.
Segundo ele, há 20 hotéis nessa situação. "Quem chegar com dinheiro na mão leva", sentencia.
Só que está difícil encontrar quem compre. Régis afirma que resorts só são rentáveis com ao menos 55% dos quartos ocupados.
Em 2010, a taxa média de ocupação dos resorts brasileiros ficou em 49%, levemente acima da do ano anterior (47%), mas ainda abaixo da de 2008 (51%).
Régis reconhece que os resorts brasileiros são caros e culpa os impostos pelo problema. Apesar de achar difícil ser atendido, o setor já reivindicou ao Ministério do Turismo, no ano passado, a redução de tributos e quer retomar as conversas com o novo ministro, Pedro Novais.
A demanda é por uma redução pontual -como ocorreu com a desoneração de automóveis e eletrodomésticos, na crise- para minimizar o impacto do dólar fraco.
Em 2010, o setor empregou 15.904 pessoas e gerou mais 95.424 postos de trabalho indiretos, calcula a Resorts Brasil.
"Nosso grande problema é o câmbio, a concorrência com as viagens ao exterior. Os cruzeiros já não incomodam, pois têm custos menores e conseguiram se popularizar. Para nós, é impossível", justificou.
Ricardo Mader, da Jones Lang LaSalle Hotels, afirma que a crise dos resorts é mundial. No Brasil, ela foi impulsionada pela valorização do real, que tornou o país um destino caro para os estrangeiros. No exterior, o impacto foi mais forte com a longa crise econômica.
Ele destaca que as inaugurações recentes de resorts no país são de projetos planejados antes da crise. Régis concorda: "Os investimentos estão em banho-maria".
(JANAINA LAGE e MARIANA SCHREIBER)


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