São Paulo, quarta-feira, 13 de abril de 2011

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VAIVÉM

MAURO ZAFALON - mauro.zafalon@uol.com.br

Na contramão, preço do arroz recua em 12 meses

A safra de arroz avança e os preços internos não param de cair no campo. Os valores de negociações atuais mostram queda de 30,5% em relação aos do mesmo período do ano passado.
A queda -que começou em dezembro, em plena entressafra- ocorre, no entanto, não apenas devido à safra, mas à conjugação de vários fatores.
Os estoques de passagem da safra anterior para essa estão elevados, somando de 1,5 milhão a 2 milhões de toneladas. Já a safra gaúcha aponta para uma produção recorde de 8,5 milhões de toneladas.
Além disso, as importações do Mercosul devem somar 800 mil toneladas. A conjugação desses fatores provocou a queda de preços, segundo Claudio Pereira, presidente do Irga (Instituto Rio Grandense do Arroz).
A saca do arroz em casca já é comercializada por até R$ 18,50 em algumas regiões do Estado. Na média, os preços apurados pela Folha indicam R$ 19,20 por saca.
Os preços só não caem mais porque as exportações, apesar da pouca tradição do país no mercado externo, continuam aceleradas. Nos três primeiros meses deste ano foram exportadas 171 mil toneladas, 77% mais do que em igual período de 2010, segundo dados da Secex.
Pereira espera que, com os mecanismos de sustentação prometidos pelo governo, os preços voltem a subir.
As operações de PEP (Prêmio de Escoamento de Produto) -que auxiliam nas exportações-, os leilões privados e públicos, além de AGF (Aquisição do Governo Federal), devem retirar do mercado pelo menos 2,36 milhões de toneladas.
Os contratos de opções que devem ser lançados pelo governo vão indicar R$ 29 por saca para outubro. Segundo Pereira, os custos variáveis são de R$ 23 por saca, enquanto os custos totais somam R$ 29 por saca. O preço mínimo estipulado pelo governo é de R$ 25,80.
A produção mundial de arroz deve atingir o recorde de 451 milhões de toneladas, 2% mais do que no ano passado, segundo o Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).

Em queda Após ter começado a semana com os maiores preços desde 2008, as commodities tiveram forte queda ontem. Dois fatores provocaram essa redução, na avaliação de Fernando Muraro, da Agência Rural.

Goldman Um dos motivos foi a recomendação do Goldman Sachs para seus clientes reduzirem os investimentos em commodities. O outro é consequência da menor pressão da China no mercado nos últimos 45 dias.

Supersafra No caso da soja, a queda é influenciada, ainda, pela consolidação da supersafra na América do Sul. Após receio de quedas na Argentina e no Brasil, os dois países vão ter produção recorde. A soja caiu 2,8% ontem em Chicago.

Em alta Apesar da queda de ontem das commodities, os preços atuais ainda são bem superiores aos praticados há um ano nas Bolsas. O algodão subiu 156% no período; o café, 105%; o milho, 116%; e a soja, 39%.

Um pouco mais O álcool hidratado voltou a cair ontem nas negociações em Paulínia (SP). O litro foi comercializado a R$ 1,417, segundo cotações do Cepea.

Em alta A queda do hidratado ocorre devido à maior oferta e à queda da demanda. Já o anidro voltou a subir na semana passada: a oferta da nova safra é pequena e a demanda está aquecida, segundo o Cepea.

OLHO NO PREÇO
COTAÇÕES


Londres

BRENT
(US$ por barril) 120,92
CHUMBO
(US$ por tonelada) 2.880

Mercado Interno

CAFÉ
(R$ por saca) 502,00

ALGODÃO
(R$ por arroba) 39,76

Com KARLA DOMINGUES


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