São Paulo, domingo, 13 de junho de 2010

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Mercado

MARIA CRISTINA FRIAS - cristina.frias@uol.com.br

Desaceleração global irá segurar alta do petróleo

Com o arrefecimento da demanda, as perspectivas para o preço do petróleo são de queda, segundo a RC Consultores. De abril a junho, o barril do tipo Brent acumula desvalorização de 15%.
O enfraquecimento da economia europeia e um ritmo menor de crescimento dos EUA e da China irão empurrar os preços para baixo no segundo semestre, segundo Fábio Silveira, sócio da RC.
"A valorização do dólar e o aumento da produção dos países da Opep e de emergentes, como a Rússia, também irão impedir a alta da commodity", diz Silveira.
No final deste ano, deve haver um incremento da oferta mundial de petróleo em 300 mil barris/dia em relação à demanda, segundo cálculos da RC e da IEA (Agência Internacional de Energia, na sigla em inglês).
Ainda assim, o petróleo deve fechar o ano com cotação média de US$ 71, uma alta de 14% em relação à média de 2009, estima a RC.
Antes do agravamento da crise na Europa, o mercado chegou a projetar o barril a US$ 95 para o final deste ano.
Um petróleo mais barato terá impacto sobre os custos dos derivados, o que diminuirá a pressão inflacionária. "Essa queda irá limitar a alta de preços no segundo semestre, o que tornará desnecessário um aumento da taxa Selic acima de 11%", diz.

UM BANCO EM QUE O BOI É A MOEDA
O Banco JBS, do grupo que detém a maior produtora de carne bovina do mundo, começou há dois anos com zero de carteira de empréstimos e hoje tem R$ 230 milhões, segundo o presidente do banco, Emerson Loureiro.
O perfil da clientela é peculiar: para receber o crédito, é preciso ter bois, comprometer-se a abatê-los em um dos 50 frigoríficos da JBS, além de ter boas práticas.
"A moeda do banco é o boi", afirma Loureiro.
A expectativa da instituição financeira é chegar a R$ 300 milhões em financiamento em 2011 e a R$ 450 milhões, no ano seguinte. Para 2010, "manter já é uma conquista porque a demanda cai no segundo semestre", diz.
O grupo JBS tem 50 anos na pecuária. "Os bancos conhecem melhor o setor de grãos e têm dificuldade em alocar risco em um setor que não conhecem muito e que não era muito bem-visto."
O banco atua quando o criador precisa de dinheiro no curto prazo: o boi demora a ganhar peso e é preciso esperar a engorda, ou o pecuarista precisa de crédito para comprar equipamentos ou melhorar as instalações.
Abatidos os bois, o produtor precisa de outros animais. O JBS atua aí também, com uma corretora de boi magro.


O QUE ESTOU LENDO
António Pita de Abreu, presidente da EDP Nem só de energia vive o presidente da EDP. O português António Pita de Abreu busca inspiração em outras fontes, no cinema e na literatura. Livros sobre liderança empresarial aconselham a "olhar o outro", lembra. "Nas artes você conhece outros pontos de vista." Como em "A Literatura Através do Cinema" (ed. UFMG), em que Robert Stam analisa filmes e clássicos literários, inclusive brasileiros. Abreu lê ainda "Noites Tropicais" (ed. Objetiva), de Nelson Motta, e "Os Espiões" (Alfaguara Brasil), de Luis Fernando Veríssimo.

RITZ NO BRASIL
A rede de hotéis Ritz Carlton procura um local no Rio de Janeiro ou em São Paulo para instalar seu primeiro hotel no Brasil.
"Esperamos fechar negócio em breve", diz Alexis Rohmer, vice-presidente para indústria de viagens da empresa.
A executiva veio a São Paulo para a inauguração da Selections, agência de viagens personalizadas que recebeu o selo Stars, exclusivo do Ritz e conferido a apenas 50 parceiros em todo o mundo.
"Não falamos em destino, mas em experiência. O luxo a ser oferecido hoje é evitar que o cliente perca tempo", diz Eduardo Gaz, dono da Selections e da operadora Ski Brasil. Gaz prevê dobrar o faturamento no primeiro ano.

Rotas A Log-In Logística Intermodal, coligada da Vale, decidiu concentrar suas rotas ferroviárias no eixo São Paulo e Centro-Oeste, que cresceu 50% em 2009. Com a mudança, a companhia fechou contratos com a Química Amparo Ypê, de SP, e passa a transportar cargas frigorificadas.

com JOANA CUNHA, ALESSANDRA KIANEK e FLÁVIA MARCONDES



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