São Paulo, sexta-feira, 13 de agosto de 2010

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ANP interdita plataforma da Petrobras por falta de segurança

Agência também autua empresa, que diz não ter sido notificada

CIRILO JUNIOR
DO RIO

A ANP (Agência Nacional do Petróleo) determinou ontem a paralisação das operações da plataforma P-33, da Petrobras, pois considerou que a unidade de produção não apresenta condições de segurança adequadas. Além da paralisação, a agência também autuou a empresa.
A Petrobras informou que não foi notificada pela ANP. A plataforma produz 20 mil barris de petróleo por dia. A produção diária da empresa é de 2 milhões de barris.
A medida será válida até que "os níveis de segurança requeridos sejam restabelecidos", disse a ANP, que vistoriou a P-33 nesta semana. Situada no campo de Marlim, na bacia de Campos, a P-33 teve suas condições denunciadas por petroleiros ao Ministério do Trabalho. A Justiça chegou a mandar suspender as operações, mas a estatal obteve liminar que cassou os efeitos da medida.
Relatório preliminar do Ministério do Trabalho, baseado em vistoria feita no último dia 3, indicou problemas de manutenção na plataforma. Entre as 11 irregularidades, estão válvulas e piso com corrosão, fiação correndo sobre cavaletes, problemas de drenagem superficial causados por entupimento com areia proveniente de alguns poços e calor intenso, apesar de o sistema de ventilação estar funcionando.
Os fiscais lavraram cinco autos de infração pelas más condições das instalações. Petroleiros apontam situações precárias em outras plataformas da bacia de Campos. Segundo o sindicato dos petroleiros do Norte Fluminense, a P-31 e a P-35 apresentam condições semelhantes às da P-33. A P-31 também pode ser interditada se for aceito o pedido feito pelo sindicato à Justiça do Trabalho.
A P-35 teve um princípio de incêndio na última quarta-feira, logo controlado. A Capitania dos Portos examinou as condições da plataforma ontem, mas não divulgou o resultado da análise. Em assembleia de acionistas ontem, a reportagem questionou o presidente da empresa, José Sergio Gabrielli, sobre as falhas nas plataformas da estatal, mas ele não quis comentar o assunto.

Colaborou VERENA FORNETTI do Rio



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