São Paulo, sexta-feira, 13 de agosto de 2010

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Modelo dará ao BNDES controle do caixa do trem-bala

Pagamento será feito com dinheiro gerado na operação do sistema de transporte

DIMMI AMORA
DE BRASÍLIA

O BNDES deverá financiar o trem-bala Campinas-São Paulo-Rio num modelo em que terá controle sobre o caixa da empresa que vai construir e operar o sistema.
A informação foi dada pelo superintendente de Infraestrutura do banco, Nelson Fontes Siffert Filho, durante palestra no 4º Brasil nos Trilhos, evento da associação da indústria ferroviária.
Chamado de ""projetc finance", o modelo prevê que o financiamento seja pago com dinheiro gerado na operação do trem.
Para isso, é criada uma empresa em que o banco é sócio dos operadores. Todo o recurso gerado pelo projeto vai para essa empresa nova e lá é dividido proporcionalmente, com prioridade para o pagamento ao banco.
Essa nova companhia terá poderes específicos sobre o consórcio operador, como determinar que orçamentos sejam cumpridos, quanto será distribuído de lucro, entre outros atos.

VANTAGEM
Para os empreendedores, esse tipo de financiamento tem a vantagem de não contaminar outros ativos. Mas reduz o poder de decisão.
Claudio Bonomi, professor da Fundação Getulio Vargas, diz que, no mundo, 85% dos projetos de infraestrutura são financiados dessa forma.
Segundo ele, o formato em geral tem funcionado bem no Brasil e, caso o trem-bala use essa forma, tem mais chance de ser bem-sucedido.
"A chance de não ser viável fica muito pequena; e de não ser concluído, também. É muita gente estudando."
Pelo edital, o BNDES pode financiar 60,3% ou R$ 20 bilhões (o que for menor) do custo do projeto, orçado em R$ 33,1 bilhões. O banco está oferecendo um empréstimo com carência de cinco anos e mais 30 anos para pagamento, com juros de TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo, 6% ao ano) mais 1% ao ano. A taxa será reduzida caso o fluxo previsto não seja alcançado.
A assessoria do banco informou que tanto o modelo de financiamento como as regras para a redução das taxas ainda serão divulgadas.
Empresas interessadas reclamam que precisam dessa definição para fazer os cálculos de viabilidade e dizem que há pouco tempo para fazer os estudos. O edital foi lançado no mês passado e as propostas têm que ser entregues no fim de novembro.


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