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Modelo dará ao BNDES controle do caixa do trem-bala
Pagamento será feito com dinheiro gerado na operação do sistema de transporte
DIMMI AMORA
DE BRASÍLIA
O BNDES deverá financiar
o trem-bala Campinas-São
Paulo-Rio num modelo em
que terá controle sobre o caixa da empresa que vai construir e operar o sistema.
A informação foi dada pelo
superintendente de Infraestrutura do banco, Nelson
Fontes Siffert Filho, durante
palestra no 4º Brasil nos Trilhos, evento da associação
da indústria ferroviária.
Chamado de ""projetc finance", o modelo prevê que
o financiamento seja pago
com dinheiro gerado na operação do trem.
Para isso, é criada uma
empresa em que o banco é
sócio dos operadores. Todo o
recurso gerado pelo projeto
vai para essa empresa nova e
lá é dividido proporcionalmente, com prioridade para
o pagamento ao banco.
Essa nova companhia terá
poderes específicos sobre o
consórcio operador, como
determinar que orçamentos
sejam cumpridos, quanto será distribuído de lucro, entre
outros atos.
VANTAGEM
Para os empreendedores,
esse tipo de financiamento
tem a vantagem de não contaminar outros ativos. Mas
reduz o poder de decisão.
Claudio Bonomi, professor
da Fundação Getulio Vargas,
diz que, no mundo, 85% dos
projetos de infraestrutura
são financiados dessa forma.
Segundo ele, o formato em
geral tem funcionado bem no
Brasil e, caso o trem-bala use
essa forma, tem mais chance
de ser bem-sucedido.
"A chance de não ser viável fica muito pequena; e de
não ser concluído, também.
É muita gente estudando."
Pelo edital, o BNDES pode
financiar 60,3% ou R$ 20 bilhões (o que for menor) do
custo do projeto, orçado em
R$ 33,1 bilhões. O banco está
oferecendo um empréstimo
com carência de cinco anos e
mais 30 anos para pagamento, com juros de TJLP (Taxa
de Juros de Longo Prazo, 6%
ao ano) mais 1% ao ano. A taxa será reduzida caso o fluxo
previsto não seja alcançado.
A assessoria do banco informou que tanto o modelo
de financiamento como as regras para a redução das taxas
ainda serão divulgadas.
Empresas interessadas reclamam que precisam dessa
definição para fazer os cálculos de viabilidade e dizem
que há pouco tempo para fazer os estudos. O edital foi
lançado no mês passado e as
propostas têm que ser entregues no fim de novembro.
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