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Vaivém
MAURO ZAFALON - mauro.zafalon@uol.com.br
Boa produtividade gera safra recorde nos EUA
Os dados de oferta e demanda de commodities divulgados ontem pelo Usda
(Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) não
são muito animadores para
os produtores brasileiros.
Mais uma vez, os norte-americanos obterão safras
recordes de soja e de milho. A
notícia boa é que a demanda,
principalmente a da China,
continua aquecida.
O esperado recorde de produção em 2010/11 provém da
conjugação de aumento de
área semeada e de elevação
da produtividade, segundo
Daniele Siqueira, analista da
AgRural.
Esse aumento de produtividade compensa as regiões
afetadas pelo excesso de
chuva nas últimas semanas.
Siqueira, que está no Meio-Oeste dos EUA acompanhando a evolução das lavouras,
diz que "o recorde não virá
apenas se uma tragédia climática ocorrer na segunda
quinzena deste mês".
"Há alguns problemas de
excesso de chuva em Iowa e
certa preocupação com o calor nos Estados do leste do
Meio-Oeste. Se não chover
nas próximas duas semanas,
poderá haver perdas de produtividade nessas regiões:
Illinois, Indiana e Ohio."
Por ora, no entanto, o potencial das lavouras é bom,
diz a analista.
Se as condições de safra de
milho e de soja vão bem, o
mesmo não ocorre com as do
trigo. Os dados do Usda referentes ao cereal apontam
quebra de 18 milhões de toneladas na Europa e nos países que pertenciam à antiga
União Soviética.
A redução de safra trouxe
para baixo os estoques do
produto, agora estimados em
175 milhões de toneladas
nesta safra. As previsões do
mês passado indicavam estoques de 187 milhões e, há um
ano, de 194 milhões.
Lawrence Pih, do Moinho
Pacífico, diz que o mercado
já repassou essa queda de
produção para os preços praticados nas Bolsas.
Pressão O peso das commodities na Bovespa é tão
grande que as perspectivas
negativas em torno da economia global, especialmente as
vindas da China, acabam afetando esse mercado, diz Sidnei Moura Nehme, diretor
executivo da NGO.
O peso Os papéis da Petrobras e da Vale somam
30% do mercado. Acrescentando as demais empresas de
commodities, como as de
grãos, carne etc., essa participação fica próxima de 50%.
Painel Dirigentes da
Ubabef (União Brasileira de
Avicultura) entregaram ontem ao Ministério das Relações Exteriores pedido de
painel na OMC contra a nova
legislação da União Europeia
para carne fresca e preparações. As novas regras podem
infringir acordos comerciais,
segundo a entidade.
Custos A forte alta das
commodities agrícolas na
Rússia vai elevar os custos de
produção das carnes. O Brasil deve ficar ainda mais competitivo no país.
Reação A reação dos preços nacionais do trigo continua lenta, apesar da acelerada alta no exterior. Oferta suficiente para a demanda de
curto prazo e a aproximação
da nova safra seguram os
preços, segundo o Cepea.
Ambiente Os produtores baianos querem o fim do
licenciamento ambiental para a atividade agrícola fornecido pelo Estado. Para os produtores, a atividade já obedece à legislação federal.
Melhor para todos A
exigência é uma redundância", diz Sérgio Pitt, da Aiba,
entidade que congrega produtores da Bahia. Alguns Estados, como São Paulo, não
exigem a licença, diz ele.
Com KARLA DOMINGUES
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