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Mercado Aberto
MARIA CRISTINA FRIAS - cristina.frias@uol.com.br
Scopel investe R$ 300 milhões no país em 2010
A Scopel, empresa especializada em loteamentos residenciais, investe neste ano
R$ 300 milhões no país.
A incorporadora dobrou
de tamanho anualmente a
partir de 2007, desde que se
associou ao Carlyle, em uma
das primeiras aquisições realizadas pelo fundo americano no Brasil.
Com presença já consolidada em São Paulo, a Scopel
inicia neste semestre seu plano de expansão para Estados
como Minas Gerais, Goiás,
Paraná, Rio Grande do Sul,
Espírito Santo, Rio de Janeiro, entre outros, segundo seu
diretor Ciro Schmeil.
"Os Estados do Nordeste,
onde o crescimento do mercado imobiliário está muito
acelerado, são um dos principais focos da empresa neste
momento", afirma.
Até o final deste ano está
previsto o lançamento de 15
loteamentos residenciais, em
10 milhões de m2 urbanizados. O recurso investido será
direcionado principalmente
a marketing e obras.
A Scopel fechou o primeiro
semestre com resultado acima do alcançado durante todo o ano passado.
Entre janeiro e junho, a
empresa comercializou cerca
de 2.250 terrenos residenciais, que totalizam uma área
de 400 mil m2 urbanizados.
O volume corresponde a
um VGV (Valor Geral de Vendas) de aproximadamente
R$ 100 milhões, número
equivalente ao registrado durante o ano passado inteiro.
Para um jovem economista
"Não se deixe enganar
com a conversa tola dos políticos e dos economistas marxistas: a profissão de economista não fracassou, muito
menos o capitalismo", recomenda Gustavo Franco sobre
a crise iniciada em 2008, em
seu novo livro, "Cartas a um
Jovem Economista" (Campus- Elsevier, 185 págs.)
Ex-presidente do Banco
Central, professor da PUC do
Rio e sócio da Rio Bravo Investimentos, empresa que
fundou depois de deixar o
serviço público, Franco dá
conselhos a quem tem planos econômicos.
"Ilustro alguns pontos da
profissão com o que vivi", diz
o autor. O livro, que trata das
atividades do profissional da
economia na universidade,
no governo e na iniciativa
privada, tem dois capítulos
sobre o nascimento do Real.
"Não consigo escrever sobre o Plano Real sem colocar
o coração na ponta da chuteira", reconhece. Outro capítulo cobre o seu início na vida
empresarial, também levado
pela busca de "conforto material", diz. "Não se deixe patrulhar nisso", recomenda ao
leitor. "Lembre-se de Fernando Pessoa: "para ser sonhador, falta-me o dinheiro.'"
O que mais recomenda ao
estudante da área é muita leitura. "A prática da economia
é mais interdisciplinar do
que muitos supõem", diz.
"O economista é sempre
questionado em seu conhecimento pela patrulha dos
amadores", afirma Franco.
Quando um aluno questiona a longa lista de livros indicados, o autor diz pensar em
"uma teoria pessoal, darwinista: você será , como economista, só um pouquinho a
mais do que aquilo que ler".
Como espécie de lema da
profissão, cita: "não há almoço grátis". O livro será lançado amanhã, em São Paulo, e
no dia 21, no Rio.
Abaixo, conhecidos economistas dão suas sugestões
a quem começa na profissão.
"As escolhas mais
interessantes, que oferecem temas
de estudo ao economista, são
aquelas em que é preciso decidir
entre o almoço e o dinheiro. Não é
uma escolha trivial, porque não é
possível escolher ambos, não há
almoço grátis."
Octavio de Barros,
economista-chefe do Bradesco
"Meu conselho é que invistam intelectualmente em: muita matemática e muita
cultura", diz Octavio de Barros, economista-chefe do Bradesco a quem quer se dedicar à economia.
Conselho: Muita dedicação ao instrumental quantitativo e à literatura. Parece
contraditório, mas não é. Esta é a verdadeira
fórmula vencedora. Recomendo que os mais
jovens ampliem ao máximo o seu repertório
cultural. Nunca pensem que estão perdendo
tempo com isso. Leiam muito, muito mesmo,
sobretudo os clássicos na literatura, na filosofia e na história.
Sugiro que não se contentem com o óbvio,
se provoquem o tempo todo e não deixem
que a vaidade comande os seus passos profissionais. Aconselho também que recusem
a máxima que diz que "aquilo que não se pode medir não existe".
Livro-chave: Para contribuir para uma
boa formação: "Instituições, Mudança Institucional e Desempenho Econômico", de
Douglas North.
Fabio Giambiagi,
economista do BNDES
O economista Fabio Giambiagi, ex-professor da UFRJ e da PUC-Rio, e, hoje, chefe
do Departamento de Risco de Mercado do
BNDES, lembra aos iniciantes na carreira
que "ser tecnicamente sólido não significa
ser hermético".
Conselho: Sempre tentar conciliar o rigor técnico com a capacidade explicativa.
Frase: "Meu maior orgulho aos 80 anos
é saber metade do que pensava saber aos 20"
(Pablo Picasso).
Livro: "A Lanterna na Popa", de Roberto
Campos, editora Topbooks.
Eliana Cardoso,
economista e professora da Fundação Getúlio Vargas
"Ao aluno em dúvida sobre escolhas
que deve fazer, digo que o melhor é tentar
enxergar quem ele gostaria de ser dentro
de 20 anos ou no fim da vida", relata a professora Eliana Cardoso.
Conselhos: Se o estudante for capaz de
se ver no futuro, o próximo passo é descobrir
o que fazer para chegar onde deseja. O importante é entender as próprias necessidades e encontrar a forma de viver com elas.
Livro: Sugiro ler muitos autores e comparar perspectivas. Um título ao acaso, que
indico por ser dispensável, mas que tem o
mérito de colocar em perspectiva inovações
que muitos acreditam que são de hoje: " The
Origins of Value: The Financial Innovations
that Created Modern Capital Markets". Reúne artigos de grandes economistas, da Universidade de Yale.
com JOANA CUNHA, ALESSANDRA KIANEK e FLÁVIA MARCONDES
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