São Paulo, terça-feira, 13 de setembro de 2011

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VAIVÉM

MAURO ZAFALON - mauro.zafalon@uol.com.br

Safra de milho cai nos EUA e pode facilitar as exportações brasileiras

Os Estados Unidos elevaram em 1,5 milhão de hectares a área semeada de milho nesta safra, mas o volume de produção deverá ficar próximo ao colhido em 2010.
Os novos números de produção divulgados ontem pelo Usda (Departamento de Agricultura dos EUA) indicam safra de 317,4 milhões de toneladas, 3% menos que o previsto em agosto.
"O governo dos EUA poderá agora revisar a área colhida e apresentar números ainda menores devido a enchentes em várias regiões. A produção, no entanto, está praticamente definida", diz a analista Daniele Siqueira, da AgRural, de Curitiba.
Segundo ela, o importante agora é ficar de olho nos dados de consumo de milho para etanol e ração nos EUA.
Os números de ontem confirmaram a quebra de produtividade, que caiu para 155 sacas por hectare, 3,2% menos que o previsto em agosto.
Essa quebra se deve à ocorrência de forte calor e falta de chuva no período de polinização do milho, segundo Siqueira.
A quebra norte-americana derrubou a safra mundial para 854,7 milhões de toneladas, ainda acima dos 824 milhões do ano passado, mas inferior aos 861 milhões previstos em agosto.
A produção menor de milho nos Estados Unidos abre novas oportunidades para o Brasil. Na avaliação dos analistas da consultoria Céleres, de Uberlândia, esse cenário vai abrir uma temporada de exportações de grandes volumes de milho pelo Brasil.
As exportações de 1,5 milhão de toneladas no mês passado foram as maiores da história para esse período e estão aquecidas principalmente porque a China começou a importar o produto brasileiro.

Demanda firme Para Marcos Molina, presidente do grupo Marfrig, a crise nos países desenvolvidos não afetou a demanda por alimentos. Ele avalia que a redução no consumo mundial de proteína animal é improvável, especialmente nos países emergentes.

Estoques baixos Segundo Molina, essa crise é diferente da registrada em 2008, pois desta vez os estoques mundiais de carnes estão baixos. Mesmo que haja desaceleração na demanda mundial, os preços não devem registrar queda significativa.

Queda maior A produção de álcool hidratado é 31,4% menor neste ano em relação a igual período de 2010, segundo dados da Unica (entidade que congrega as usinas).

Sem recuperação Enquanto a produção de álcool hidratado cai, a de anidro sobe -mais 17% no ano. A produção total (hidratado e anidro) soma 13,8 bilhões de litros, 19% menos do que a do ano passado.

Exportação de carnes sobe e sustenta mercado interno

A exportação de carnes (de frango, bovina e suína) subiu 15% na primeira quinzena deste mês em relação a agosto, segundo a Secex.
O volume médio foi de US$ 66 milhões por dia útil. As exportações da primeira quinzena superam em 22% as de igual período de 2010.
A melhora nas exportações voltou a dar suporte aos preços internos, principalmente à carne suína, cujos preços estavam no fundo do poço nas últimas semanas.
Alguns suinocultores chegaram a obter R$ 50 pela arroba ontem, 16% mais do que há uma semana.
As carnes de boi e de frango ficaram estáveis. A arroba de carne bovina iniciou a semana a R$ 97 no noroeste de São Paulo e o quilo do frango vivo foi cotado a R$ 2.

Com KARLA DOMINGUES


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