São Paulo, segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

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Mercado Aberto

MARIA CRISTINA FRIAS - cristina.frias@uol.com.br

Empresa de recrutamento cresce mais no Brasil do que na China

Depois de viver em 2009 o pior ano desde a sua fundação, a Michael Page, gigante da área de recrutamento, encerra 2010 com 11 escritórios novos, dos quais cinco, no Brasil, e dois, na China.
Steve Ingham, presidente mundial da Michael Page, diz que o faturamento da empresa no Brasil, ainda é um pouco maior do que a companhia obtém na China.
Quase todos os clientes no país asiático são multinacionais, explica o executivo britânico. No Brasil, onde tem 13 escritórios, a empresa tem clientes locais, além das companhias globais.
"Abrimos em Recife, com excelente resultado, Porto Alegre, no Rio, em São José dos Campos e em Alphaville (SP). Há aqui um apagão, não só de engenheiros."
A empresa observa um grande interesse de europeus em trabalhar no país.
"Chegam por semana de 20 a 25 currículos de pessoas da Europa. Isso não acontecia", diz o francês Patrick Hollard, diretor-geral para América Latina.
Segundo Ingham, que esteve em São Paulo, onde deu entrevista à coluna, o setor que primeiro começou a demandar recrutamento, conforme a crise amainou, foi o dos bancos.
"A demanda veio de quem causou o problema. Sempre é banco. Estou na Michael Page há 24 anos e vi vários períodos de declínio. Bancos sempre contratam e demitem a mais", diz o executivo.
"Assim que eles se recuperam, percebem que demitiram demais e que têm de contratar muito rapidamente. E competem pelas mesmas pessoas demitidas."
A recuperação, segundo Ingham, deu-se muito por área geográfica.
"As primeiras regiões a retomar foram as que estavam crescendo antes, América Latina e China", lembra.
"Na China foram mais as empresas multinacionais com quem lidamos que tiveram impacto globalmente", lembra o executivo.
"No segundo trimestre de 2009, começamos a crescer de novo na América Latina e na China. No terceiro, na Austrália,e no quarto trimestre, na Europa. No primeiro trimestre deste ano, o Reino Unido e os Estados Unidos começaram a crescer", conclui Ingham.
"Diferentemente daqui, a recuperação é lenta na Europa, mas está ocorrendo."
O ano de 2009 foi difícil, "mas ainda estávamos lucrativos", frisa ele.
Para este ano, a Michael Page projeta crescimento de 25% nas vendas globais. No Brasil, o resultado deverá ter um aumento de 42%.
"Mantivemos todos os nossos escritórios, nossos negócios, e todos os nossos diretores, enquanto nossos competidores estavam perdendo dinheiro, saindo de países e demitindo diretores deles. Isso tornou mais difícil a recuperação deles", diz.
Ingham afirma que a companhia se valeu do fato de ter recursos em caixa. "Quando o mercado se recuperou, investimos rapidamente."

"Continuamos a abrir escritórios e não fechamos nenhum. Foram quatro no ano passado e, neste ano, mais cinco no Brasil, um em Santiago (Chile), mais dois na China, um segundo escritório em Cingapura, um em no Qatar, um em Bilbao (Espanha). E dois na Índia, em janeiro"
STEVE INGHAM
presidente mundial da Michael Page


"Para os brasileiros, o futuro está à frente. Para os europeus, já ficou para trás"
PATRICK HOLLARD
diretor-geral para a América Latina


ÁLCOOL OU GASOLINA
Em novembro o consumidor pagou, em média, R$ 2,00 por litro de etanol no país. Abastecer com o combustível ficou 1,53% mais caro, segundo levantamento da Ticket Car, que conclui que encher o tanque com etanol só compensou em seis Estados (GO, MS, MT, PR, SP, TO).
Quem usa o GNV (Gás Natural Veicular) também passou a gastar mais. O gás teve aumento de 2,2%, e encher o tanque custou em média R$ 1,76 m3.

Prêmio capital O diretor Financeiro e de Relações com Investidores da Petrobras, Almir Barbassa, recebe hoje o prêmio O Equilibrista, do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças. Para o instituto, a maior capitalização da história, feita pela empresa, foi decisiva para a escolha.

Fornecimento O Banco do Brasil liberou R$ 285 milhões em empréstimos para fornecedores do governo do Estado de São Paulo e da Prefeitura da capital paulista por meio de uma linha de crédito que antecipa os valores contratados, o BB Giro Flex Antecipação de Fornecimento, criado em março.

TERRENO NOBRE
A Vitacon Participações, incorporadora especializada em projetos de alto padrão e de pequena metragem, vai investir R$ 270 milhões no ano que vem.
Serão destinados R$ 70 milhões para a compra de terrenos, e o restante vai para a produção dos projetos.
A empresa aposta em regiões nobres e com matéria-prima escassa.
"Investimos em terrenos difíceis, com pepinos e problemas de família. Aceitamos correr riscos para colher melhores frutos", diz Alexandre Lafer Frankel, presidente da empresa.
O VGV (Valor Geral de Vendas) da companhia para 2011 está projetado em R$ 700 milhões, segundo Frankel. Serão 15 empreendimentos: nove residenciais e seis comerciais. Os preços variam de R$ 8.000 a R$ 15 mil o m2.
Para agregar valor, a empresa investe em arquitetos renomados e materiais nobres, além de serviços diferenciados, como concierge e personal trainer.
A empresa tem sido assediada por fundos de investimento. "Hoje estamos conseguindo crescer apenas com capital próprio. No futuro, podemos analisar", diz Frankel.

com JOANA CUNHA, ALESSANDRA KIANEK e ANDRÉ LOBATO


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