São Paulo, sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

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Feira de arte virtual congrega colecionadores em 139 galerias

Galeristas de 30 países vão exibir suas obras e atender clientes na web durante uma semana

Críticos, colecionadores e visitantes poderão compartilhar seus roteiros em redes como Facebook e Twitter

MARIANA BARBOSA
DE SÃO PAULO

Galeristas, artistas e colecionadores de diversas partes do mundo se "reúnem", a partir do dia 22, na primei- ra feira de arte a ser realiza- da exclusivamente na in- ternet: a VIP Art Fair (vipartfair.com).
Sem sair de casa, será possível navegar por 139 galerias de 30 países, conferindo obras de artistas renomados como Francis Bacon, Jackson Pollock e Damien Hirst, além de centenas de jovens artistas do mundo todo.
O evento acontece em tempo real, com salas de bate-papo e troca de mensagens entre galerias e colecionadores. Para atender a demanda de compradores dos mais diferentes fusos horários, as galerias ficarão abertas de 12 a 18 horas por dia, no período de 22 a 30 de janeiro.
Criação de James e Jane Cohan, donos da galeria James Cohan, de Nova York, em associação com um casal de empreendedores do Vale do Silício, a feira pretende capturar o interesse de novos e afluentes colecionadores, sobretudo de países emergentes.
"Como todas as galerias vão convidar seus clientes mais ativos, e sem a necessidade de viajar, nossa expectativa é que a feira vire um lugar para colecionadores descobrirem novas galerias, de outros países", disse à Folha Jane Cohan, que também representa a artista brasileira Beatriz Milhazes em Nova York.
Ela acredita que a internet levará um novo público para o mercado de arte. "A internet é uma grande plataforma para introduzir artistas e obras de arte e estreitar o relacionamento com colecionadores."
Cohan espera uma forte presença de chineses e brasileiros. A China estará presente com cinco galerias, além de duas de Taiwan e uma de Hong Hong. Do Brasil, estão confirmadas as galerias Raquel Arnaud, Fortes Vilaça, Nara Roesler, Luisa Strina e A Gentil Carioca.
"Os colecionadores chineses, que antes só compravam obras chinesas, estão cada vez mais ativos, procurando trabalho de artistas internacionais", diz Cohan.
As obras começam em US$ 2.000 e vão até US$ 1 milhão. Cohan não fala em expectativa de vendas. As transações serão feitas diretamente com as galerias.

INGRESSOS E ACESSO
A feira ganhará com a venda de ingressos e também com a venda dos estandes virtuais, que custarão de US$ 3.000 a US$ 20 mil, dependendo do tamanho.
Os ingressos "VIP" custam US$ 100 e garantem acesso exclusivo aos dois primeiros dias da feira. A partir do dia 24, o preço cai pra US$ 20. Mas quem quiser apenas passear pela feira, sem comprar, poderá apenas se cadastrar, sem pagar. Porém, o visitante não terá acesso ao preço das obras.
A feira terá vídeos exclusivos com visitas a estúdios de 18 artistas e a coleções renomadas da China, dos Estados Unidos e do Japão.
Na era do compartilhamento, visitantes poderão registrar seus roteiros de visita e exibi-los no Facebook ou Twitter. Também será possível conferir os roteiros feitos por críticos e colecionadores.
As obras serão expostas em um mural virtual e um super zoom permitirá visualizar detalhes. A ideia, segundo Jane Cohan, é transformar a feira em um evento anual.
Para Fernanda Feitosa, responsável pela SP Arte, maior feira comercial de arte do país, uma feira virtual tem como grande vantagem eliminar transtornos com transporte internacional de obras.
"É muito prático. Já tem muita gente que compra por catálogo, nos leilões. Para o colecionador experiente, o fato de não ver a obra não é problema", diz. Ela lamenta, porém, a falta de interação real. "Nada substitui a energia do encontro real."


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