São Paulo, quinta-feira, 14 de abril de 2011

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Oi decide antecipar saída de Falco da presidência

Ele deixará o cargo em 30 de junho, e não no final do ano, como previsto

Portugal Telecom vai ganhar poder dentro do dia a dia da empresa telefônica, como deseja o Palácio do Planalto

DE BRASÍLIA

A Oi decidiu antecipar a troca de comando da empresa. O atual presidente da tele, Luiz Eduardo Falco, deixará o cargo no dia 30 de junho, e não mais no final do ano.
A tele, segunda maior operadora do país (atrás de Telefônica-Vivo), também está contratando um executivo da PT Telecom, Luis Beato, para ocupar a diretoria de Tecnologia da Informação.
As mudanças foram confirmadas à Folha pelo presidente do Conselho de Administração da Oi, Otávio Azevedo, e contam com o apoio e a bênção do governo da presidente Dilma Rousseff.
O governo estimulou a entrada dos portugueses no negócio e, hoje, defende uma maior participação deles no dia a dia da Oi.
Além disso, a expectativa do Planalto é que a troca no comando da tele amplie seus investimentos, viabilizando a implantação do Plano Nacional de Banda Larga, que o governo quer executar em parceria com o setor privado.
Azevedo disse que a antecipação na troca vai permitir que o substituto de Falco comece a montar, já em julho, o plano estratégico para os próximos três anos.
Ele afirmou que ainda não há nomes para comandar a empresa. "Estamos começando o processo."
Sobre a saída de Falco, Azevedo disse que "estava na hora de fazer uma mudança. O Falco deu uma grande contribuição para a empresa, mas está encerrando seu ciclo", disse. É a primeira vez que a cúpula da empresa trata publicamente do assunto.
Essa é a segunda troca de comando numa grande empresa privada na qual o governo tem interesses. No início do mês, a Vale anunciou o novo presidente depois de forte pressão do Planalto.
No caso da Oi, a situação é diferente porque os próprios acionistas controladores querem tirar o atual presidente e o governo vê com bons olhos a mudança.
Ministro das Comunicações, Paulo Bernardo disse que o governo não interferiu no processo da Oi e que as decisões são dos controladores.
Sobre a contratação do executivo da PT Telecom, Azevedo justificou que não se trata de nenhuma imposição do novo sócio. "Nossa obrigação é trazer os melhores do mercado".
Falco deixa a empresa no momento em que ela precisa retomar o fôlego para não perder mais espaço no mercado. Em 2010, caíram significativamente os investimentos (40%) e o lucro líquido (65%) em relação a 2009.
(SHEILA D'AMORIM, ANDREZA MATAIS, VALDO CRUZ, LEILA COIMBRA E NATUZA NERY)


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