São Paulo, segunda-feira, 14 de junho de 2010

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Mercado Aberto

MARIA CRISTINA FRIAS - cristina.frias@uol.com.br

Interesse de estrangeiro no Brasil é menor que em outros mercados, diz pesquisa

O interesse do investidor estrangeiro no Brasil cresce, mas ainda não está no mesmo nível de outros grandes mercados mundiais.
O país é considerado por 12% dos empresários uma das regiões mais atraentes para investimento em 2010, resultado que o coloca em apenas sétimo lugar em pesquisa da Ernst & Young, com 814 empresários globais.
Olhando para o futuro, porém, as perspectivas brasileiras melhoram. Quando a pergunta é quais são as regiões mais interessantes para investimento nos próximos três anos, o Brasil aparece em quarto lugar, com 53% da preferência (os entrevistados escolheram três destinos).
O que emperra um maior interesse no país é que, apesar do crescimento, ele é um exportador de matérias-primas e faz a maior parte de seus negócios com os Brics (grupo que conta ainda com Rússia, Índia e China).
Esses fatores, segundo a pesquisa, fazem com que o país seja "menos referência para os líderes empresariais ocidentais".
Outro indicador positivo para a economia brasileira é que somente o país, a Rússia e a Índia tiveram crescimento no interesse dos investidores em relação ao nível verificado em 2006, antes, portanto, da crise global, que teve início dois anos depois.

CAPTAÇÕES
A Angra Partners, empresa de gestão e de private equity, pretende captar R$ 1 bilhão para um fundo que será lançado para investir apenas em empresas do setor de óleo e gás, segundo um dos sócios, Ricardo Knoepfelmacher.
Outro projeto da companhia é criar um fundo de private equity no valor de R$ 500 milhões.
"Esse novo fundo não terá um propósito específico. O alvo será empresas com faturamento entre R$ 100 milhões e R$ 400 milhões", diz Ricardo K, como é conhecido o ex-presidente da Brasil Telecom.
"Há 14.500 empresas desse porte no Brasil. Muitas delas são dos setores de varejo e construção, segmentos promissores e ainda muito pulverizados", afirma. Outro fundo da Angra, para investimentos em infraestrutura, com R$ 700 milhões, já investiu 75%, segundo Ricardo K.
Os sócios da Angra contrataram a MVision, captadora de recursos, e dizem não encontrar dificuldades para captar nos EUA, onde já se reuniram com 85 investidores nos últimos dois meses. "Investidores dispensam a apresentação sobre Brasil. Sabem mais do que nós e já decidiram que querem estar aqui. Só querem escolher onde", diz o sócio André Rizzi.

FUNILARIA
A Silimed turbinou sua produção e criou uma linha de próteses de silicone de mama com conceito anatômico. "São próteses que dão uma aparência mais natural, uma harmonia com o corpo", diz Margaret Figueiredo, sócia fundadora. A tendência agora é que a escolha do volume (quantidade de ml) seja a última etapa, segundo Figueiredo.
A empresa exporta do Rio de Janeiro 50% da produção, para mais de 60 países. É a terceira maior fabricante de próteses de silicone do mundo. "Só perdemos para dois grandes grupos americanos", diz. A executiva conta que a Silimed já foi assediada por concorrentes. "Mas vender não está nos planos." Em 2009, a Silimed produziu 155 mil implantes de mama e, em 2010, deve crescer 30%, diz a sócia que entrou no negócio quando franceses, para quem trabalhava como tradutora, desistiram de investir no negócio.

HORA DO CAFÉ

Pé-de-meia 1 A Caixa Econômica Federal captou, em maio, R$ 692,2 milhões com a abertura de 322 mil novas contas de poupança. O valor é 65% superior ao mesmo período de 2009. A alta é creditada à campanha de marketing "Poupançudos".

Pé-de-meia 2 Em média, o banco capta R$ 500 milhões por mês com a abertura de 300 mil novas contas. Dados consolidados até maio conferem à Caixa o saldo de R$ 113,8 bilhões de poupanças ativas, além de 34% desse segmento no mercado brasileiro.

Estilo de vida A Aliança do Brasil, seguradora do Banco do Brasil, lançará o Seguro Ouro Vida Estilo para o público de alta renda. O produto terá cobertura de até R$ 2 milhões. A arrecadação prevista pela seguradora é de R$ 11,5 milhões até o fim do ano.

Nas alturas 1 O custo dos encargos sobre a energia brasileira deve subir 70%, para R$ 490 milhões, entre janeiro e maio de 2010 em relação ao total arrecadado no mesmo período do ano passado. A estimativa é da Abrace (de grandes consumidores de energia).

Nas alturas 2 A redução do valor depende da diminuição dos encargos, segundo Ricardo Lima, presidente-executivo da associação. "O custo da energia usada pela indústria brasileira é dos mais altos do mundo. Isso afeta a competitividade internacional", diz.

Vantagem A inteligência emocional conta mais que a técnica para conseguir uma vaga ou promoção. A conclusão é da IMC Consultoria Empresarial, que ouviu profissionais de RH de 68 empresas. Só 6% acreditam que o conhecimento é mais importante.


com JOANA CUNHA, ALESSANDRA KIANEK, FLÁVIA MARCONDES e ÁLVARO FAGUNDES



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