São Paulo, quarta-feira, 14 de julho de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Governo teme novo adiamento da capitalização

VALDO CRUZ
DE BRASÍLIA

O governo Lula teme um novo adiamento da capitalização da Petrobras, prevista para setembro, pelas repercussões na disputa eleitoral.
Sem o reforço de caixa, a empresa poderia ser obrigada a rever seu plano de investimentos e a cortar projetos como a construção de refinarias no Nordeste, sempre citadas pelo presidente Lula na defesa da candidatura de Dilma Rousseff.
A operação deveria ocorrer neste mês, mas foi adiada pela falta de avaliação do preço dos 5 bilhões de barris das reservas da União que serão cedidos à estatal para bancar a parcela do governo no aumento de capital.
Em reunião recente em Brasília, diretores da Petrobras chegaram a estimar que o preço do barril pode ficar entre US$ 7 e US$ 9, faixa que pode agradar ao governo.
A disputa em torno desse preço gerou estresse entre a estatal e a equipe de Lula, por conta do que assessores do presidente classificaram como "correria" da empresa na definição do valor.
A Petrobras chegou a defender que a capitalização fosse feita, neste mês, a partir de uma avaliação sua do preço. Depois, quando a Agência Nacional de Petróleo fechasse seus cálculos, seria feito um ajuste.
Lula não concordou, justificando que a lei não autorizava a estratégia. Na época, assessores de Lula reclamavam das avaliações de que o preço dos barris da União ficaria entre US$ 5 e US$ 6.
Nas palavras de um auxiliar do presidente, o problema era que a Petrobras queria o preço mais baixo possível, enquanto o governo busca o melhor e mais justo valor. Essa divergência gera desconfianças no mercado e pode fazer a ação da empresa desvalorizar ainda mais.


Texto Anterior: Ação é indicada para aplicação de longo prazo
Próximo Texto: Ambiente: BP põe funil em vazamento
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.