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Governo teme novo adiamento da capitalização
VALDO CRUZ
DE BRASÍLIA
O governo Lula teme um
novo adiamento da capitalização da Petrobras, prevista
para setembro, pelas repercussões na disputa eleitoral.
Sem o reforço de caixa, a
empresa poderia ser obrigada a rever seu plano de investimentos e a cortar projetos
como a construção de refinarias no Nordeste, sempre citadas pelo presidente Lula na
defesa da candidatura de Dilma Rousseff.
A operação deveria ocorrer
neste mês, mas foi adiada pela falta de avaliação do preço
dos 5 bilhões de barris das reservas da União que serão cedidos à estatal para bancar a
parcela do governo no aumento de capital.
Em reunião recente em
Brasília, diretores da Petrobras chegaram a estimar que
o preço do barril pode ficar
entre US$ 7 e US$ 9, faixa que
pode agradar ao governo.
A disputa em torno desse
preço gerou estresse entre a
estatal e a equipe de Lula,
por conta do que assessores
do presidente classificaram
como "correria" da empresa
na definição do valor.
A Petrobras chegou a defender que a capitalização
fosse feita, neste mês, a partir
de uma avaliação sua do preço. Depois, quando a Agência Nacional de Petróleo fechasse seus cálculos, seria
feito um ajuste.
Lula não concordou, justificando que a lei não autorizava a estratégia. Na época,
assessores de Lula reclamavam das avaliações de que o
preço dos barris da União ficaria entre US$ 5 e US$ 6.
Nas palavras de um auxiliar do presidente, o problema era que a Petrobras queria o preço mais baixo possível, enquanto o governo busca o melhor e mais justo valor. Essa divergência gera
desconfianças no mercado e
pode fazer a ação da empresa
desvalorizar ainda mais.
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