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Vencedor decide se antecipa trem-bala
Edital, que será publicado hoje, deixa a cargo do ganhador da licitação decidir se adianta algum trecho da obra
Meta do governo é que
o vencedor inaugure alguma etapa antes da Olimpíada de 2016 ou até da Copa de 2014
SIMONE IGLESIAS
DIMMI AMORA
DE BRASÍLIA
O governo federal deixará
a cargo do vencedor da licitação do trem-bala decidir se
antecipa algum dos trechos
do projeto ligando Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro. A decisão estará no edital
de licitação, cuja publicação
está prevista para hoje.
Com isso, o governo abrirá
a possibilidade de o vencedor conseguir inaugurar algum trecho antes da Olimpíada de 2016, no Rio, ou até
mesmo da Copa de 2014.
Em seu discurso ao lançar
o projeto ontem, o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que quer parte das
obras de infraestrutura pronta na Olimpíada.
"Acho plenamente possível a gente inaugurar essas
obras até 2016. Aqui faz muito sol. De vez em quando, a
gente pode trabalhar em dois
turnos, se quiser, em três turnos, aos sábados e domingos. Podemos acertar qualquer coisa, desde que o objetivo seja entregar a obra da
melhor qualidade possível,
no menor prazo."
Segundo Bernardo Figueiredo, presidente da ANTT
(Agência Nacional de Transportes Terrestres), o prazo
máximo de construção de todo o projeto será de seis anos,
um a mais do que o governo
havia anunciado.
A antecipação de trechos,
disse, é desejável, mas não
será imposta para não comprometer a qualidade do projeto. Os consórcios é que vão
definir os prazos e os trajetos.
"Temos indicação dos interessados de que é possível
fazer [a obra] no prazo de
quatro a cinco anos. Acho
possível antecipar porque é
interessante para o marketing do projeto e também para a demanda", diz Bernardo.
O resultado do leilão está
marcado para 16 de dezembro deste ano. Em 90 dias, o
contrato será assinado. Mas a
previsão é que a obra só comece no fim de 2011.
ESTATAL
A empresa que construirá
e operará o trem-bala terá
30% de capital do governo,
que criará uma estatal (Etav)
para compor a sociedade.
O projeto de lei foi enviado
ao Congresso ontem. Apesar
de minoritário, o governo terá ação preferencial para discutir alguns itens como alteração de obrigação estatutária e mudança de sede, por
exemplo.
Pelos estudos do BNDES,
as obras deverão criar 12 mil
empregos diretos e indiretos.
E, nos 30 anos de operação,
outros 60 mil. O órgão vai financiar até R$ 19,9 bilhões
do projeto.
O governo só não vai assumir o risco de a obra custar
mais que o previsto.
De acordo com Figueiredo,
os consórcios terão de apresentar os traçados e, caso a
obra custe mais do que eles
estimem, o prejuízo terá que
sair da taxa de retorno do negócio.
Segundo o Tribunal de
Contas da União, os estudos
geológicos feitos até agora
não são capazes de estimar o
custo da obra e os interessados não terão tempo adequado para fazê-lo até o leilão.
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