São Paulo, quinta-feira, 14 de julho de 2011

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Teles entram em sites de compras coletivas

Claro e Vivo planejam portais próprios em parceria com empresas; setor movimenta R$ 100 milhões por mês

Plano das operadoras é criar promoções direcionadas à basede clientes do parceiro e compartilhar a receita

CAMILA FUSCO
DE SÃO PAULO

As operadoras de telefonia Vivo e Claro planejam entrar no setor de compras coletivas nas próximas semanas.
Segundo a Folha apurou, elas correm contra o tempo para colocar seus portais no ar até o início de agosto, mas detalhes operacionais ainda precisam ser finalizados.
A operação deverá acontecer por meio de parcerias com empresas de compras coletivas já existentes. A intenção das operadoras é aproveitar a base de clientes e fazer promoções direcionadas a ela.
A Vivo tem cerca de 64 milhões de clientes, e a Claro, 55 milhões. O modelo de negócios envolverá o compartilhamento de receitas com o portal parceiro.
Além do site tradicional, as operadoras devem criar portais específicos para smartphones e tablets.
Um dos recursos mais atrativos, segundo fontes familiarizadas com as negociações, envolve funções de geolocalização, que permitirá aos usuários pesquisar as ofertas mais próximas.
A Claro negociava desde o início do ano com o Groupon, mas as conversas não avançaram. A operadora fará outra parceria.
Procurada, a Claro admitiu que o projeto está adiantado, mas não confirmou o lançamento para o mês que vem. Já a Vivo, que planeja anunciar o projeto em 20 de julho, não se manifestou.
Popularizados no ano passado, os sites de compras coletiva já movimentam cerca de R$ 100 milhões por mês, segundo dados de mercado apurados pela Folha.
O valor é mais de cinco vezes o total movimentado em setembro passado. Os cinco maiores portais representam quase 90% do faturamento, mas já sentem reflexos expressivos da alta competição.
Disputas recentes, principalmente entre Groupon e Peixe Urbano, líderes do setor, geraram uma queda expressiva nas comissões de vendas dos maiores clientes.
O percentual médio de remuneração dos portais praticado até 2010, em torno de 50% do valor do cupom, tem recuado em algumas negociações para até 30%.
"Não dá para dizer que há uma crise ou que o setor vai acabar. O poder de barganha passou para o lado do estabelecimento e, neste momento, os portais trabalham para fazer as operações se acomodarem", diz Gastão Mattos, sócio da consultoria em internet GMattos.

DIVERSIFICAÇÃO
Para se diferenciar no mercado em meio a cerca de mil outras empresas, os sites de compras coletivas tentam alternativas.
O Groupalia acaba de criar uma página dedicada à venda de produtos com desconto, como eletrônicos e objetos pessoais, numa espécie de outlet virtual.
Já o Ofertas.com.br, que opera no modelo de franquias desenvolvido pelo grupo Multi, dono da Wizard, aposta num programa de fidelidade por meio de pontos, em que os usuários poderão trocar por prêmios.
Outras estratégias envolvem também geolocalização e uma espécie de engenharia de rede social, que permite a recomendação de ofertas entre amigos com descontos progressivos.


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