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PIB da Europa cresce puxado por retomada alemã
Países da zona do euro crescem 1% no 2º trimestre em relação ao primeiro, maior crescimento em 4 anos
Grande exportadora para emergentes como a China, Alemanha cresce 2,2%; países do sul continuam estagnados
VAGUINALDO MARINHEIRO
DE LONDRES
O conjunto dos 16 países
que usam o euro como moeda cresceu 1% no segundo
trimestre deste ano na comparação com o primeiro.
Foi o maior crescimento
em quatro anos e superou a
expectativa dos analistas.
A principal responsável é a
Alemanha, maior economia
do continente, que cresceu
2,2% (mais alto percentual
desde a unificação do país,
há quase 20 anos).
Já as nações do sul, aquelas que apresentam mais problemas com dívidas, outra
vez decepcionaram.
A Espanha cresceu só
0,2% na comparação entre o
segundo trimestre e o primeiro. Se for confrontado o PIB
(conjunto de riqueza de um
país) de agora com o de um
ano atrás, houve queda de
0,2%.
Portugal cresceu também
apenas 0,2%, mas houve
uma forte desaceleração,
uma vez que o país havia
crescido 1,4% no primeiro trimestre. Na Itália, houve estabilidade -0,4% de crescimento neste trimestre-,
mesma porcentagem do anterior.
Em pior situação está a
Grécia, um dos únicos países
da zona do euro que continuam em recessão. Sua economia encolheu 1,5% no trimestre ou 3,5% se a comparação for anual.
Essa disparidade entre os
países acabou derrubando as
Bolsas pelo continente. Persiste o medo de que as chamadas nações periféricas
(Grécia, Portugal, Irlanda e,
em menor grau, a Espanha)
não consigam se recuperar e
honrar suas dívidas.
Há também a preocupação
de que esse crescimento tenha como combustível fatores sazonais, como por exemplo a recuperação de estoques e a retomada da construção civil após o inverno, o
que não deve se repetir daqui
para a frente.
Existe ainda outro temor:
que a boa fase atual esteja
lastreada demais nas exportações, que se beneficiaram
da queda do euro frente ao
dólar desde o início do ano.
De janeiro a maio, as exportações europeias para a
China cresceram 42%, o que
fez daquele país o segundo
mercado para a Europa, só
atrás do EUA.
EUA e China deram sinais
de que podem reduzir seu
crescimento no segundo semestre, e isso assombra as
economias europeias.
Outro fantasma sobre o
continente é o corte de gastos
anunciado por quase todos
os governos para reduzir
seus deficit. Com menos gastos governamentais, há expectativa de menos emprego
e consumo.
EXCEÇÃO ALEMÃ
Os números divulgados
ontem explicitaram mais
uma vez a diferença entre a
Alemanha e os demais países
do bloco.
Ao contrário do que acontece nos vizinhos, lá o desemprego cai e a balança comercial apresenta superavit,
graças, mais uma vez, às exportações para China, EUA e
países emergentes.
A Alemanha é um dos
maiores fornecedores de máquinas para a China.
Isso faz aumentar a sensação entre os alemães de que
eles sustentam o continente.
Muitos acreditam que a
economia da Grécia está em
frangalhos porque os gregos
não gostam de trabalhar, sonegam impostos e preferem
viver às custas do Estado.
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