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Endividamento da Petrobras se aproxima do limite
Lucro da companhia tem aumento de 7% no segundo trimestre, com crescimento das vendas e do preço do barril de petróleo
VERENA FORNETTI
CIRILO JUNIOR
DO RIO
O endividamento da Petrobras cresceu no segundo trimestre deste ano e se aproximou do limite previsto pela
companhia, segundo balanço divulgado ontem.
O lucro líquido cresceu 7%
no segundo trimestre ante o
anterior. No primeiro semestre, na comparação com
igual período do ano passado, o crescimento foi de 11%.
A proporção das dívidas
da companhia atingiu 34%
do valor de mercado. O indicador abaixo de 35% é um
dos fatores que garantem à
empresa a chancela de boa
pagadora -o grau de investimento, dado pelas agências
de avaliação de risco.
O endividamento da companhia foi a R$ 94 bilhões.
O dado reforça as preocupações dos analistas sobre a
capitalização da empresa,
prevista para setembro.
A injeção de recursos na
capitalização da Petrobras é
fundamental para que ela
consiga fazer frente ao plano
de investimento.
Os investimentos totalizaram R$ 38,1 bilhões no primeiro semestre, menos da
metade da meta da empresa
para o ano, que é de R$ 88,7
bilhões. O diretor financeiro
da Petrobras, Almir Barbassa, disse que os desembolsos
estão dentro do previsto.
Barbassa afirmou que não
há nenhuma preocupação
em relação ao endividamento. "Estamos dentro do limite
e, com a capitalização, vamos nos adequar e ganhar fôlego para continuarmos."
Ele disse não temer a avaliação das agências de risco.
"Elas estão bem confortáveis
em relação à empresa, [posso
dizer] pelos contatos que tivemos nos últimos tempos."
Para Victor de Figueiredo,
analista da Planner Corretora, as dúvidas do mercado
em relação à capacidade da
estatal de cumprir seu programa de investimento só serão dissipadas após as definições sobre o processo de capitalização da empresa.
"O que o mercado vai
olhar agora é a precificação
do barril do petróleo e a efetiva capitalização, se o prazo
vai ser cumprido."
RESULTADO
A Petrobras atribui o crescimento do lucro e da receita
da estatal ao preço do barril
do petróleo e ao aumento das
vendas. A venda de derivados de petróleo e a alta da demanda por gasolina foram
destaques no período.
O lucro foi de R$ 8,3 bilhões de abril a junho deste
ano. A receita líquida foi de
R$ 53,6 bilhões no segundo
trimestre -avanço de 6% ante os três meses anteriores.
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