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Nova classe B deve consumir R$ 1 tri
Consumo de grupo com renda média de R$ 2.950 e R$ 5.350 deve crescer 30%; segmento é mais forte em Sudeste e Sul
Itens "não básicos", como carros, viagens e refeições fora de casa, detêm parte maior no orçamento das famílias
MARIANA SCHREIBER
CAROLINA MATOS
DE SÃO PAULO
Após o boom de consumo
da classe C, o Brasil vive uma
forte expansão das compras
da classe B -é o que mostra
estudo da consultoria IPC
Marketing.
Segundo o levantamento,
feito a partir de dados do
IBGE (Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística), o potencial de consumo das classes B2 e B1 (renda média familiar de R$ 2.950 a R$ 5.350,
respectivamente) soma, neste ano, R$ 970 bilhões, 30%
mais do que em 2009.
Em relação à população
total, o potencial de compras
também cresceu, mas em ritmo menor. De 2009 para
2010 passou de R$ 1,8 trilhão
para R$ 2,2 trilhões -expansão de 22%.
"Está ocorrendo uma segunda migração. Após o
crescimento da classe C (renda média familiar de R$ 1.100
a R$ 1.650), agora pessoas
desse grupo estão entrando
na classe B2 (renda média de
R$ 2.950)", afirma Marcos
Pazzini, diretor da IPC.
"NÃO BÁSICOS"
O estudo mostra que, com
o aumento da renda, gastos
com itens "não básicos" ganham peso no orçamento doméstico neste ano.
Entre esses itens estão veículos, alimentação fora de
casa, viagens e mesmo saúde
(inclui planos e consultas
médicas particulares).
"Com mais mulheres no
mercado de trabalho e expansão dos gastos com lazer,
cresce o número de refeições
em restaurantes", observa
Pazzini.
"Em relação à saúde, o envelhecimento da população
também contribui para o
consumo maior", completa.
Já os itens de consumo que
são considerados básicos devem agregar uma parte menor da renda das famílias,
aponta a consultoria IPC.
O percentual de despesas
com transporte urbano, vestuário, refeições em casa e
manutenção do lar deve cair
neste ano.
Ainda segundo a consultoria, os gastos com higiene devem permanecer estáveis.
NORDESTE
A IPC destaca também
que, justamente por causa da
migração dos consumidores
da classe C para a B, a participação do Nordeste no potencial de consumo total do país
diminuiu de 18,8% (em
2009) para 17,7% neste ano.
Mesmo assim, a região
continua sendo o segundo
maior mercado consumidor
do Brasil, atrás apenas do Sudeste.
Por outro lado, houve aumento do potencial nas regiões Sudeste (de 51,4% para
52,7%) e Sul (16,3% para
16,5%).
"Como a renda no Sul e no
Sudeste é maior, essa mudança de classe dos consumidores ocorre primeiro nessas regiões. Em dois anos, devemos perceber esse movimento no Nordeste", analisa.
DESAFIO
Reynaldo Saad, sócio e
responsável pela área de varejo da consultoria Deloitte,
ressalta que, com o crescimento "consumado" do poder de compra da população,
o desafio das empresas, agora, é fidelizar o consumidor.
"É preciso que as companhias entendam que o pós-venda [atendimento ao cliente em caso de problemas com
o produto ou serviço, por
exemplo] é essencial, assim
como a inovação", diz.
"Só assim as companhias
irão se diferenciar em meio à
concorrência", completa.
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