São Paulo, terça-feira, 14 de setembro de 2010

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Corrida bilionária

Disputa de rua é a segunda modalidade mais popular do país, atrás só do futebol, e alimenta um mercado que já movimenta R$ 3 bi ao ano

Leonardo Wen - 31.mai.09/Folhapress
Atletas durante a Maratona Internacional de São Paulo do ano passado

CAMILA FUSCO
SÃO PAULO

Com 4,5 milhões de praticantes e o título de segundo esporte mais popular do Brasil, as corridas de rua, além de atrair mais adeptos todos os anos, estão chamando a atenção por aquecer setores da economia além daqueles ligados à modalidade.
Cada prova de rua -são cerca de 80 só em São Paulo neste ano- movimenta entre R$ 1,44 milhão e R$ 6 milhões, dependendo do total de participantes, segundo a Corpore, órgão sem fins lucrativos e que serve como porta-voz do setor.
A Maratona Internacional de São Paulo, por exemplo, principal prova do país, atraiu cerca de 20 mil pessoas em maio.
Do total arrecadado na corrida, 70% fica na cidade-sede do evento. Esse valor é ligado à hospedagem, à alimentação, ao transporte, ao lazer e às compras.
Sem considerar esses mercados agregados, a receita direta das corridas de rua chega a R$ 3 bilhões.
"É um setor em franco crescimento e que, além de atrair novos participantes, injeta recursos importantes na economia", diz Octavio Aronis, fundador e vice-presidente da Corpore.

MERCADO
Em média, por prova, cada atleta gasta R$ 518, sendo que 83% são desembolsados em itens de preparação, como tênis, roupas específicas e equipamentos, adquiridos em média três meses antes.
Levando em consideração os atletas que são de fora da cidade-sede da prova, o gasto sobe para R$ 1.054, sendo que 48% são gastos em itens esportivos, e 52%, em hospedagem e lazer.
Atualmente, São Paulo e Rio de Janeiro são os dois principais locais para a realização das provas, embora o número de corridas comece a crescer também em cidades do Nordeste, como Fortaleza, Salvador e Recife.
O impacto econômico, porém, não se restringe ao Brasil. Segundo a Folha apurou, pelo menos 5% dos corredores amadores já realizaram provas fora do país.
É o caso de Iberê de Castro Dias, 33, juiz paulistano que corre desde 2005 e parte para a sua sexta maratona no mês que vem, em Chicago.
Entre seus destinos, já estiveram Itália, França, Turquia e também as maiores provas dos EUA: Nova York e Boston. "Correr hoje é o lazer que permite confrontar os meus próprios limites", diz.

LEIA MAIS sobre corrida de rua no caderno Equilíbrio


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