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ANÁLISE BIOCOMBUSTÍVEIS
Consolidado no país, etanol brasileiro avança rumo à internacionalização
JOSÉ CARLOS GRUBISICH
ESPECIAL PARA A FOLHA
O setor de bioenergia no
Brasil já consolidou uma história de sucesso e criou as
competências necessárias,
tangíveis e intangíveis, para
atender em sua plenitude o
crescimento da demanda nacional, que dobrou nos últimos quatro anos e deve superar 50 bilhões de litros por
ano até 2015.
Esse crescimento, resultado do lançamento do carro
flex e as recentes aplicações
do etanol em novas tecnologias desenvolvidas no Brasil,
como a do primeiro plástico
verde renovável do mundo,
elevou os investimentos e reforçou a importância do setor
de bioenergia na economia
nacional, criando um panorama novo e promissor.
Adicionalmente, os principais países refletem sobre a
definição de uma nova matriz energética que garanta
maior segurança de abastecimento e contribua para a redução da emissão de CO2 no
planeta.
O mundo está convencido
da necessidade imediata de
se criar uma economia de
baixo carbono e menos dependente de combustíveis
fósseis.
Nesse cenário, o etanol da
cana destaca-se como uma
das melhores alternativas de
energia limpa, renovável e
competitiva.
Existe hoje um debate sobre a verdadeira condição do
Brasil para atender às demandas nacionais e internacionais no médio e longo prazos.
Esse é, entretanto, um falso dilema, pois o setor de
bioenergia nacional tem,
sim, condições de liderar esse processo.
A experiência adquirida
na produção de etanol no
país é sucesso tecnológico, e
os produtores estão preparados para assumir desafios de
crescimento da demanda internacional.
Essa "preparação" se dá
tanto por meio do aumento
da capacidade das unidades
agroindustriais existentes
como por meio da construção de novas plataformas em
outras geografias, como
América Latina e África. Isso
garantirá a segurança da
oferta de etanol no médio e
longo prazos.
A indústria de bioenergia
está engajada na consolidação do etanol como fonte de
energia limpa e competitiva,
e essa conquista traz, além
de novos investimentos, desenvolvimento econômico,
maior geração de empregos e
inúmeros ganhos ao planeta
na questão climática.
É necessário, entretanto,
que líderes dos principais
mercados potenciais como
Estados Unidos, Japão e
União Europeia definam, de
forma clara e objetiva, políticas e regras que sinalizem
compromissos formais de inclusão do etanol brasileiro
como fonte alternativa viável
às demandas crescentes para
os próximos 10 a 20 anos,
deixando evidente o papel e
a isonomia da nossa bioenergia na matriz energética internacional.
A partir dessa transformação, as empresas brasileiras
terão condições de tomar as
decisões necessárias para superar as expectativas do mercado nacional e internacional, e o Brasil poderá protagonizar a produção mundial
de energia limpa, competitiva e renovável.
JOSÉ CARLOS GRUBISICH é presidente da
ETH Bioenergia.
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