São Paulo, domingo, 14 de novembro de 2010

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"Roupa, para mim, só fala italiano", diz empresário de São Paulo

DE SÃO PAULO

Carlos Carreiras, 41, empresário paulista de comunicação que começou como vendedor de calçados, compra ternos Dolce & Gabbana de R$ 6.000 e sapatos Ermenegildo Zegna de R$ 2.000. "Roupa, para mim, não fala outra língua, só italiano."
Val Marchiori, 36, única menina em uma família de agricultores no Paraná, teve de lutar para estudar contabilidade. Sete meses após começar no primeiro emprego, como vendedora, virou sócia. Logo depois abriu uma pequena transportadora.
Foi o caminho de Val até o primeiro Versace, comprado para uma festa de família em Arapongas (PR). Hoje, só usa lingeries La Perla e tem coleção com 15 bolsas Chanel.
"Sou uma perua que paga meus modelitos há muitos anos. Tem muita perua por aí que tem porque ganha", diz.
Esses consumidores que venceram na vida estão entre os principais alvos das marcas de luxo no Brasil.
Com mais gente disposta a pagar caro por produtos exclusivos, grifes estudam expansão ou lançam artigos mais "baratos" -o chamado " luxo acessível"- para estimular mais gente a comprar.
É o caso da Tiffany. Sandro Fernandes, gerente-geral da marca, diz que, com menos de R$ 250, é possível comprar um pingente de prata.

MUDANÇA DE PERFIL
Além de atrair quem não tem o hábito de entrar em butiques, as grifes querem renovar a percepção das marcas.
A italiana Ermenegildo Zegna, que tem planos de abrir duas lojas no Brasil, começou a desenvolver linhas esportivas e de acessórios.
Com isso, pretende seduzir consumidores como o galerista Eduardo Machado, 60, que nos últimos cinco anos aumentou o consumo de luxo, mas não compra Zegna porque a acha "muito sisuda". Prefere Giorgio Armani.
Machado passou a consumir mais porque mudou o perfil das compras, antes concentradas em itens para casa. "Minha renda cresceu e passei a enxergar o luxo de outra forma." Antes, comparava preços dos artigos com valores de objetos de arte e de automóveis -e desistia.
"Em vez de comprar dez cintos em um ano, hoje compro um só", diz o galerista.
O estudante Kleber Salles, 25, nascido em família tradicional de São Paulo, também mudou a cesta de consumo que era prioridade na família. "Meu avô dá valor para vinhos. Eu gosto de óculos."


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