São Paulo, terça-feira, 14 de dezembro de 2010

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sociais & cia

Norma define responsabilidade social

ISO 26000 chega ao mercado após oito anos de debate que teve a participação de 450 especialistas de 90 países

Nova norma é um guia de orientações para empresas e não existirá um selo de certificação, como em outras ISOs


8.dez.10/Divulgação
Evento realizado em São Paulo para lançamento no país da ISO 26000, que trata da responsabilidade social nas empresas

ANDRÉ PALHANO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Oito anos de debate, 450 especialistas de 90 países e mais de 40 organizações internacionais.
Esses são alguns dos números da ISO 26000, a norma da ISO (International Organization for Standardization) que chega ao mercado com a promessa de se tornar a principal referência de responsabilidade social nas empresas e organizações.
O envolvimento de diversos setores da sociedade, com interesses nem sempre convergentes -além da própria heterogeneidade entre os países-, explica tamanha demora na aprovação da norma, afirmam os responsáveis por sua implementação.
Ao mesmo tempo, é essa construção coletiva que provoca expectativas tão ambiciosas para a ISO 26000, que competirá em um mercado que abriga dezenas de selos e padronizações relacionadas.
"Talvez a coisa mais importante da ISO 26000 é que ela significa a expectativa da sociedade sobre o comportamento das organizações na questão da responsabilidade social", diz Ana Paula Grether, da Petrobras, representante da indústria na delegação brasileira da ISO 26000.
O que a nova ISO traz é uma grande compilação e alinhamento de ferramentas e iniciativas já existentes, ancoradas em organizações mundialmente respeitadas como a ONU (Organização das Nações Unidas), a OIT (Organização Internacional do Trabalho) e a própria ISO.
Esse emaranhado de acordos, tratados e padronizações, gerou uma nova definição para responsabilidade social das organizações, que muitas vezes ainda gera confusão.
"A norma acaba com a confusão conceitual que sempre existiu em torno do termo responsabilidade social, deixando claro que ela é um meio, um caminho para alcançar o desenvolvimento sustentável", diz Jorge Emanuel Cajazeira, presidente do Comitê Mundial da ISO 26000 e diretor da Suzano.
Diferentemente de suas "irmãs" mais conhecidas, a nova ISO não é certificável, ou seja, não existirá um selo ISO 26000 que ateste práticas de gestão alinhadas com o que alguns já chamam de "o estado da arte" da responsabilidade social.

DIRETRIZES
"A norma é um guia de diretrizes e orientações para que as organizações, sobretudo as empresas, adotem a responsabilidade social como parte integrante de suas estratégias de negócios", disse o vice-secretário-geral da ISO, Kevin McKinley, no lançamento no Brasil.
Isso não reduz o apetite das empresas em adotar a norma? Para os especialistas envolvidos, o efeito esperado é o contrário: ao declarar a ISO 26000 como foco da gestão, as organizações estarão se submetendo ao escrutínio da sociedade, que, por sua vez, terá a norma como uma ferramenta de cobrança.


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