São Paulo, sábado, 15 de janeiro de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Loja de rua amplia "serviços de shopping"

Para atrair consumidor, comerciantes investem em espaços de alimentação e beleza, a exemplo de centros de compra

Para associação, maioria das lojas de shopping tem "braço na rua" e também precisa manter pontos atrativos

Luiz Carlos Murauskas/Folhapress
Quiosque vende churrasquinho para consumidores no estacionamento da Leroy Merlin, na marginal Tietê, em São Paulo; serviço é terceirizado

CAROLINA MATOS
DE SÃO PAULO

Que tal se servir de espetinhos variados -de carne, frango ou queijo- entre uma espiadela e outra em material de construção? Ou tomar um suco natural, navegando na internet, enquanto reflete sobre a melhor forma de pagar as compras?
Para segurar o cliente pelo maior tempo possível, lojas de rua de São Paulo investem em uma estratégia já consagrada nos shoppings: oferecer serviços ao consumidor.
Na Leroy Merlin da marginal Tietê, zona norte de São Paulo, o fato de o quiosque de churrasquinho e a lanchonete que também é LAN house estarem no estacionamento da loja parece não incomodar a clientela.
"Tem gente que vem só para comer", diz Henrique Guimarães, gerente de gestão.
A loja, que fica em um endereço desprovido de bares e restaurantes na vizinhança, aposta na máxima de que cliente satisfeito volta sempre -para consumir também itens das prateleiras.
Por isso, a Leroy deu, no ano passado, mais espaço ao quiosque do churrasco, que tem agora cerca de 20 mesas, e abriu a lanchonete que oferece acesso à internet. Tudo no estacionamento.
São serviços terceirizados. Os responsáveis pagam um aluguel mensal, que a loja não revela quanto é.
E dentro da Leroy há ainda um café -este, da própria loja- que oferece salgados.
Quem frequenta os locais tem a comodidade de pagar as refeições com cartão de crédito ou débito.
"A experiência dos shoppings mostra ao comerciante de rua que é cada vez mais preciso investir no conforto dos clientes", diz Luís Augusto Ildefonso da Silva, diretor de relações institucionais da Alshop (Associação Brasileira de Lojistas de Shopping).
"Diferenciais de atendimento influenciam muito no retorno do consumidor ao estabelecimento comercial."

"BRAÇO NA RUA"
Silva ressalta ainda que, hoje, a maioria das lojas de shopping tem um "braço na rua" e precisa manter esses pontos de venda também atrativos.
Nessa linha, o Magazine Luiza oferece, na loja recém-inaugurada na marginal Tietê, áreas como o "Espaço Beleza", com serviços de graça -como escova. O modelo foi testado primeiramente na unidade do Shopping Aricanduva, na zona leste da capital.
E a rede Tok&Stok, de móveis e utensílios domésticos, adotou o "Café Design" em 10 das 30 lojas que possui em seis Estados e Brasília.
Os espaços vendem lanches e pratos rápidos, como massas, e todo o processo de produção pertence à rede.
São 65 funcionários da Tok&Stok dedicados somente aos cafés, que servem cerca de 70 mil itens por mês.
Mas o cardápio é montado com a consultoria de uma chef de cozinha, Ana Soares. "Esse diferencial tem a ver com o que o nosso público espera", diz Nilo Signorini, diretor comercial.
"O café se paga", acrescenta Signorini, sem revelar valores. "Queremos dar conforto ao cliente para que ele possa passar mais tempo nas lojas, que são grandes."


Texto Anterior: Varejo: Site de compras coletivas Groupon planeja abrir capital
Próximo Texto: Varejo de "amostra grátis" quer se expandir no Nordeste
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.