São Paulo, terça-feira, 15 de março de 2011

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Obras elétricas em SP estão atrasadas

Relatório de obras emergenciais em São Paulo, obtido pela Folha, aponta que 37% das construções estão fora do prazo

Um dos 18 projetos atrasados é a linha de transmissão de Tijuco Preto-Nordeste, prevista para 2007

AGNALDO BRITO
ROGÉRIO PAGNAN
DE SÃO PAULO

A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) revelou que 37% das obras emergenciais para o reforço do sistema de transmissão e distribuição de energia elétrica em São Paulo estão atrasadas. Há obras que podem ficar prontas apenas cinco anos depois da data original.
Essa situação amplia riscos de a infraestrutura não suportar a demanda crescente por energia.
Nelson Hubner, diretor-geral da Aneel, reconheceu o problema, mas refutou acusação do secretário de Energia de São Paulo, José Aníbal, de que a agência não tem licitado obras emergenciais no Estado.
Segundo relatório elaborado pela Aneel em fevereiro e obtido pela Folha, das 49 obras consideradas emergenciais ao Estado, 18 estão fora do prazo previsto.
O principal problema ainda é o licenciamento dos empreendimentos, mas há também atrasos relacionados a licitação das obras.
De acordo com o relatório da Aneel, a maior parte dessas obras é de responsabilidade de Furnas (subsidiária da Eletrobras) e da CTEEP (Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista).

ATRASO CRÔNICO
Há linhas de transmissão consideradas importantes para o abastecimento da Região Metropolitana de São Paulo que deveriam estar prontas em outubro de 2007.
O projeto Tijuco Preto-Itapeti-Nordeste se tornou um símbolo do descompasso entre o planejamento e a execução de obras.
Com previsão inicial de conclusão em 2007, ele só deverá ter seus sistemas de transmissão entregues em junho de 2012. O principal motivo para o atraso está na dificuldade de os projetos terem a licença para a construção.
Hubner, da Aneel, negou que o atraso seja a razão dos últimos desligamentos em São Paulo. Segundo ele, só o atraso da construção da subestação de Piratininga 2 tem relação com os apagões da região sul da capital.
Sem essa estrutura, a carga necessária para abastecer a área está concentrada na subestação Bandeirantes.
Em períodos de forte demanda, não há um sistema adicional capaz de dividir a carga necessária para abastecer a clientela.
Esse problema só vai ser resolvido com a entrega da subestação, agora prevista para novembro deste ano.

DIFICULDADE
Nesse caso, a dificuldade foi definir uma área que fosse aceita pela autoridade ambiental. "Não é tarefa simples encontrar uma área para instalação de uma subestação em São Paulo", diz Hubner.
Para o governo paulista, das cinco obras consideradas prioritárias para a Região Metropolitana, apenas as da subestação Jandira estão dentro do cronograma.
O Estado também cita Piratininga 2 e as linhas de transmissão Baixada Santista-Alto da Serra, Alto da Serra-Sul e Linha de Transmissão Tijuco Preto-Itapeti-Nordeste.


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