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Mercado prevê crescimento de até 8,1%
Pesquisa do BC foi feita após IBGE ter divulgado dados do PIB no primeiro trimestre, que mostraram expansão de 9%
Na média, estimativa é de alta de 7%; se os 8,1% se confirmarem, será o maior resultado dos últimos 30 anos
EDUARDO CUCOLO
DE BRASÍLIA
O crescimento da economia brasileira pode chegar a
8% neste ano, segundo economistas ouvidos pelo Banco
Central na pesquisa semanal
Focus.
A previsão se deve aos dados do IBGE divulgados na
semana passada, que mostraram expansão de 9% no
primeiro trimestre deste ano
em relação ao mesmo período de 2009.
O crescimento de 8,1% é o
teto das expectativas dos cerca de cem economistas ouvidos no levantamento do Banco Central. Se confirmado,
seria o maior resultado dos
últimos 30 anos.
Na média, a expansão prevista é de 7%, acima dos
6,6% apontados antes da divulgação da semana passada. A previsão mais pessimista do mercado aponta para
taxa de 5,6%.
Na semana passada, o Ministério da Fazenda também
elevou, de 5,5% para 6,5%, a
previsão de crescimento. O
BC só divulga suas novas estimativas no final deste mês.
Assim como aconteceu no
início do ano, o destaque do
PIB deve ser a indústria, último setor a se recuperar da
crise de 2008/2009 e que deve crescer 9%. Agropecuária
e serviços teriam expansão
de cerca de 5%.
DESACELERAÇÃO
Para os analistas ouvidos
pelo BC, o crescimento do
PIB vai se desacelerar nos
próximos meses até chegar a
uma taxa trimestral de 4,25%
na metade do próximo ano.
Depois, volta a crescer em ritmo mais forte.
A expectativa é que o próximo presidente termine o
mandato com taxas de crescimento entre 4% e 7%.
Para Silvio Campos Neto,
economista-chefe do Banco
Schahin, uma das instituições com maior índice de
acerto no Focus, o crescimento acima do esperado do
setor industrial foi o principal fator que levou às revisões das expectativas.
Ele espera que o crescimento nos próximos anos fique entre 4% e 5%, o que vai
depender do desempenho da
economia mundial e dos rumos do próximo governo.
"O país tem condições de
continuar com um bom ritmo
de crescimento, mas é preciso ver como vai se comportar
a economia global e se o próximo governo vai fazer reformas estruturais e estimular o
aumento dos investimentos", disse.
O Banco Fator também
elevou sua projeção, de 6,9%
para 7,2%, devido principalmente à expectativa de melhora nos investimentos, que
devem ter uma participação
maior no resultado do PIB.
O aumento do investimento em detrimento do consumo das famílias e do governo
é um dos fatores que ajudaram a reduzir a expectativa
de inflação, que caiu pela segunda semana seguida, para
5,6%.
A pesquisa também mostra que o índice de preços só
voltará ao centro da meta de
4,5% em 2012.
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