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VAIVÉM
MAURO ZAFALON - mauro.zafalon@uol.com.br
Acaba hoje avaliação do café brasileiro em NY
Encerram-se hoje as manifestações dos participantes
da Bolsa de commodities de
Nova York -a ICE- para definir a participação ou não do
café brasileiro nas negociações da entidade.
Pelo menos 19 países entregam café na Bolsa nova-iorquina. O Brasil está fora da
lista. Primeiro, porque Colômbia e países da América
Central nunca quiseram a
participação do país.
Segundo, porque o próprio Brasil só agora começa a
elevar a produção de café lavado, o negociado na Bolsa.
O café recebido desses países é certificado pela Bolsa e
passa a fazer parte dos estoques, sendo utilizado nas liquidações físicas dos contratos futuros.
Guilherme Braga, do Cecafé, diz que a Bolsa voltou a
reestudar a participação de
café brasileiro nas negociações futuras porque há uma
redução de café lavado da
Colômbia e dos países da
América Central.
Além disso, os preços do
mercado físico estão acima
dos praticados na Bolsa. Com
isso, não há entrada de café
para a formação de estoques.
Silvio Leite, da Agricafé,
diz que a possível participação do Brasil na Bolsa agora
se dá em contexto diferente
do das tentativas anteriores.
Desta vez, a movimentação parte das principais tradings que operam em Nova
York. Sem café, a Bolsa perde
importância, diminui liquidez e dificulta as operações
de hedge dos investidores.
Braga lembra que, mesmo
que a Bolsa venha a certificar
o café brasileiro, as entregas
do produto só ocorreriam nos
contratos futuros a serem
criados. Ou seja, demoraria
pelo menos dois anos.
Má notícia Uma excelente notícia para os norte-americanos, mas que pode
ser muito ruim para os brasileiros. O Usda mostrou ontem que 73% da safra de soja
dos EUA se encontra em bom
e excelente estados, um recorde. A média das últimas
cinco safras é de 63%.
Mais uma As lavouras
de milho também estão bem:
77% registram de boa a excelente condições, acima da
média de 66% das últimas
cinco safras. Os norte-americanos estão tão felizes que,
na avaliação de alguns, "dá
para ouvir a plantar crescer",
informa a Agência Rural.
De olho Diante desse cenário, Anderson Galvão, da
Céleres, diz que este é um
momento delicado para o
produtor brasileiro permanecer com grandes estoques da
oleaginosa. Lembra que as
negociações por insumos começam a aumentar.
Pressão As parciais do
IGP-M continuam mostrando
os efeitos da alta do minério
de ferro.
Menos intensa A recomposição de estoques de
adubos e fertilizantes perdeu
ritmo neste mês. Até sexta-feira, os gastos nacionais somaram US$ 10,6 milhões por
dia útil, 42% abaixo do registrado em maio.
Em alta Já a exportação
de carnes mantém ritmo bom
neste ano. Nas duas primeiras semanas do mês, a média
diária das receitas subiu para
US$ 63 milhões, 28% a mais
do que em igual período do
ano passado, mostra a Secex.
Com KARLA DOMINGUES
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