São Paulo, sexta-feira, 15 de julho de 2011

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75% do investimento em SP vem de asiáticos

É o que mostra dado de agência paulista a partir de R$ 5,2 bi investidos por 13 empresas

CLAUDIA ROLLI
DE SÃO PAULO

A Ásia é responsável por 75% dos investimentos estrangeiros na indústria feitos no Estado de São Paulo. Dos R$ 5,2 bilhões anunciados por 13 empresas nos últimos três anos, R$ 3,9 bilhões vieram de japoneses, sul-coreanos e chineses.
É o que mostra levantamento da Investe São Paulo, agência do governo paulista que assessora os interessados em investir no Estado.
Atualmente, 80 projetos que podem render investimentos da ordem de US$ 22 bilhões e 52 mil empregos recebem consultoria da agência.
Entre as empresas asiáticas que já anunciaram investimentos no Estado, três são japonesas (AGC, vidros, Toyota e Horiba, máquinas e equipamentos); duas, sul-coreanas (Doosan, máquinas, e Hyundai); duas, chinesas (Chery, veículos, e Sany, máquinas e equipamentos).
O setor com mais investimentos estrangeiros é o automotivo. Em seguida vêm máquinas e equipamentos.
Pesquisa feita em junho com consulados e câmaras de comércio de 90 países aponta que aeroportos e portos são os principais obstáculos para investir não só no Estado, mas no Brasil.
"Esse é o maior problema do país e um entrave para a competitividade. São obras de responsabilidade federal. Apesar de algumas iniciativas, tenho dúvidas se serão suficientes", diz Luciano de Almeida, presidente da Investe São Paulo.
Há três anos, ele lembra que o país perdeu a fábrica da Boeing, de fornecimento de peças, para o México por problemas de infraestrutura.
"Uma das causas foi a falta de estrutura portuária. O México não produz aviões, mas tem um dos maiores polos do mundo em aviação."
Cadeia de fornecedores, mercado consumidor e mão de obra qualificada são apontados pelos estrangeiros como indicadores positivos para investir no Estado. Já incentivos fiscais e abertura de empresas, como os que dificultam os investimentos.
Para José Gerardo Hernandez, cônsul-geral do México, o país precisa reavaliar a carga tributária e simplificar leis trabalhistas.
"SP atrai por mercado interno. Mas as empresas dizem que no Brasil o pagamento de impostos é alto e complexo. E, apesar de a mão de obra ser mais qualificada no Estado, há ainda dificuldades nesse tema", diz.
Atualmente um dos setores que empresas mexicanas miram é o da construção civil. Na pesquisa, energia e agronegócio são apontados como setores de interesse.


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