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Livro ensina como planejar aposentadoria
Obra não foge da matemática para ensinar a calcular benefício ou contratar operações financeiras complexas
"Ideia é que, no final, o leitor seja um pouco economista também", diz Fabio Giambiagi, economista e coautor
PAULA LEITE
EDITORA-ASSISTENTE DE MERCADO
Quem compra um livro de
finanças pessoais e logo se
depara com explicações sobre progressões aritméticas e
progressões geométricas pode se assustar.
Mas a matemática aparentemente desafiadora está lá
para que o leitor de "O Futuro
é Hoje" perca o medo de pegar na calculadora e na planilha e possa defender seu
dinheiro na hora de contratar
operações financeiras complexas, como financiamento
habitacional e previdência
privada.
"A ideia é que no final da
leitura do livro o leitor seja
um pouco economista também", diz Fabio Giambiagi,
economista do BNDES, especialista em previdência e
coautor do livro.
"Ele mesmo pode fazer as
contas relevantes para seu
futuro, sem depender da assessoria de ninguém", afirma ele.
Para Roberto Zentgraf,
coordenador de programas
de MBA do Ibmec-RJ e coautor do livro, "a ideia não é ser
consultor financeiro nem ensinar a ganhar dinheiro".
Mas ele alerta: "Quem vai
cuidar do seu dinheiro é você, não o gerente do banco".
A matemática envolvida
no cálculo das prestações de
uma dívida, entre juros e
amortização (pagamento do
principal), compõe a primeira parte do livro.
Depois, os autores entram
na questão da inflação, explicando que a forma como são
feitos os reajustes em uma dívida de prazo mais longo podem gerar impactos financeiros importantes.
Os capítulos seguintes são
dedicados àquelas que são
provavelmente as duas grandes decisões financeiras da
vida do brasileiro de classe
média: o financiamento da
casa própria e a contratação
de um plano de previdência
privada.
FINANCIAMENTO
Seguindo a ideia de que
cada um tem de tomar a melhor decisão para o seu bolso,
os autores mostram vários
exemplos de diferentes financiamentos imobiliários,
com prazos distintos, diferentes tipos de reajuste inflacionário e diferentes tabelas
de amortização.
Eles evitam, por exemplo,
posicionar-se contra ou a favor da tabela SAC (Sistema
de Amortização Constante)
ou da tabela Price.
"Há esquemas que são
mais onerosos no começo,
mas aliviam a conta depois, e
há esquemas em que o ônus
se distribui equitativamente
ao longo do tempo. Cada pessoa vai lidar com isso conforme suas preferências", diz
Giambiagi.
Ou seja, o leitor que espera
orientações do tipo "prefira o
financiamento X com o prazo
Y e a tabela Z" não as encontrará no livro.
PREVIDÊNCIA
No livro, Giambiagi e Zentgraf tocam na questão da dificuldade de convencer jovens a pensar na aposentadoria, já que a maioria das
pessoas deixa para se preocupar com a velhice já próximo dela.
"[Queremos que] o leitor se
convença da importância
crucial que poderá ter na sua
vida o exercício de uma disciplina financeira que o leve,
chova ou faça sol, a separar
todo mês, durante 30 ou 40
anos, um certo valor", diz
Giambiagi.
Mas o livro também não
oferece soluções fáceis para
resolver esse dilema.
Zentgraf, por exemplo, diz
que é contra sistemas propostos por alguns economistas pelos quais as pessoas
são automaticamente inscritas em planos de previdência
privada quando entram em
uma empresa, por exemplo,
podendo optar posteriormente por não contribuir.
"Em empresas, por exemplo, poderia haver uma tentativa de orientar o funcionário no momento em que ele é
contratado, mas sei que muita gente não vai fazer [previdência privada]", diz.
O FUTURO É HOJE
AUTORES Fabio Giambiagi e
Roberto Zentgraf
EDITORA Campus
QUANTO R$ 57 (183 págs.)
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